Aumento de combustíveis deve reajustar preço de frete e de produtos


Preço do frete deve ficar mais caro, cerca de 37% dos custos de transportes de cargas vem do diesel. Seca causa aumento no preço do álcool.

A gasolina ficou mais cara em todo o país. O aumento dos impostos chegou na bomba para o consumidor. E novos reajustes devem vir por aí. O aumento dos combustíveis acaba atingindo vários setores.

Principalmente, o aumento de preço de combustível. É com ele que os caminhões cruzam o país, levando alimentos, produtos. Se o diesel sobe, a tendência é que o frete no transporte sobe também. Já o preço da gasolina deu um salto e pesa diretamente no bolso do consumidor. No interior do Amazonas tem posto vendendo o litro do combustível por R$ 3,40.

O aumento dos combustíveis já era previsto. O preço, na bomba, é livre, pode ser diferente entre os postos e varia de cidade para cidade, mas o reajuste nos impostos, anunciado pelo governo federal, já foi repassado. Teve gente que se assustou. Em Londrina, a gasolina chegou a R$ 3,30.

Em Manaus, ficou ainda mais cara: R$ 3,55. O diesel também subiu e chegou a R$ 3, em Porto Alegre.

Morador de Brasília, o vendedor Aloísio Teles roda mais de 100 quilômetros por dia para vender as sandálias que chegam de várias partes do país. No posto onde abastece, a gasolina passou de R$ 3,19 para R$ 3,45. “Não vou conseguir passar para meu cliente o aumento da gasolina, então vai ficar no meu bolso. Pesado, pesado”, conta.

A gente vai sentir o aumento dos combustíveis também em outros setores. O preço do frete, por exemplo, deve ficar mais caro. De acordo com a Confederação Nacional dos Transportes, até 37% dos custos do transporte de cargas vem do diesel.

“O efeito cascata é inevitável. Em primeiro lugar, o custo da movimentação vai ficar mais alto, isso tende a ser repassado para o frete e o frete, de certa forma, vai ter o seu papel de contribuição na composição de preço dos produtos”, analisa o diretor executivo da CNT Bruno Bastista.

A Associação Nacional de Transporte de Cargas e Logística ainda está calculando qual será o impacto do aumento do diesel nos fretes. Mas o diretor fala que o aumento vai chegar e rápido. “O repasse ao cliente tem que ser imediato porque realmente o diesel já está subindo hoje, ontem e hoje já está subindo na bomba, e isso leva a um desencaixe imediato das transportadoras que não teriam condições de absorver esse aumento”, afirma o diretor técnico da NTC Neuto Gonçalves dos Reis.

O aumento de impostos sobre os combustíveis faz parte do pacote do governo para tentar reequilibrar as contas públicas. A medida procurar reverter a fraca arrecadação do ano passado.

Álcool também tem reajuste no preço E até o preço do álcool subiu. Isso sem nenhum efeito do imposto sobre o combustível.

A explicação para essa alta é a entressafra da cana-de-açúcar, que esse ano deve se estender por um período mais longo que nos anos anteriores por conta da seca. Mas, além disso, os produtores de álcool dizem que amargaram prejuízos por um longo período durante todo o tempo que o governo segurou o preço da gasolina para controlar a inflação. Com esse aumento, vale lembrar para quem tem carro flex que só compensa abastecer com etanol se o preço do litro não for maior do que 70% do preço da gasolina.

Em Ribeirão Preto, o litro do etano chegou a R$ 2,27. É um preço recorde, o maior desde 2003 quando a Agência Nacional do Petróleo começou a fazer esse tipo de levantamento.

Mesmo assim, os donos de usina dizem que o que eles recebem não cobre os custos de produção.

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Fonte: Bom dia Brasil, via NTC&Logística