30º Prêmio CNT de Jornalismo é entregue aos vencedores
O mundo vem assistindo às transformações da sociedade, da economia, das tecnologias, do transporte e, também, das formas de produção e de consumo de informação. Para acompanhar essa evolução, o jornalismo também se transformou — e, assim, o Prêmio CNT de Jornalismo, que, em 2023, celebrou três décadas de existência com um simbolismo digno de nota. Por fomentar a elaboração de materiais jornalísticos sobre o transporte em todos os seus modais, a maior premiação do Brasil no que diz respeito a relevância e longevidade vem cumprindo o seu objetivo: jogar luz sobre a fundamental importância do setor para o crescimento socioeconômico do país.
Durante a cerimônia de entrega da 30ª edição do Prêmio CNT de Jornalismo, realizada em Brasília, nesta quarta-feira (6), o presidente da CNT (Confederação nacional do Transporte), Vander Costa, fez questão de rememorar fatos marcantes da história da premiação. Ele citou, por exemplo, a criação da categoria Meio Ambiente e Transporte, em 2007. Uma vez que, naquela época, a pauta ESG já dominava o debate mundial, a entidade decidiu conferir reconhecimento a conteúdos jornalísticos que dessem visibilidade ao papel da atividade transportadora na sustentabilidade do planeta. “O Prêmio inovou com o objetivo de colocar em voga a fundamental importância de discutirmos diagnósticos e alternativas para o mundo, que vem buscando alternativas sustentáveis de crescimento”, afirmou.
Para fazer frente ao novo jeito de se fazer comunicação, a CNT realizou, ao longo dos anos, outras mudanças importantes. Além de criar a categoria Internet, para premiar reportagens multimídias divulgadas em sites e portais noticiosos, a entidade decidiu fazer, também, um upgrade em duas outras categorias, que passaram de TV para Vídeo, e de Rádio para Áudio. Isso aconteceu com o advento das redes sociais, em cujas plataformas a intensa produção de vídeos passou a ser fortemente assistida por seus usuários. Além disso, os podcasts despontaram como um dos novos formatos de conteúdo mais consumidos no Brasil, conforme aponta o relatório do DataReportal 2023. A última novidade, lançada esse ano, foi a criação da categoria Comunicação Setorial, em que participaram os profissionais de comunicação das entidades representativas do setor de transporte.
“A história do jornalismo contemporâneo se confunde com a história de evolução do Prêmio CNT de jornalismo, que, ao longo dos anos, se adaptou às novas demandas e realidades para prestigiar trabalhos que levaram a sociedade e o poder público ao melhor entendimento sobre o impacto da atividade transportadora na vida econômica, política, social e cultural do Brasil”, disse o presidente da CNT.
Os trabalhos inscritos na 30ª edição do Prêmio CNT de Jornalismo foram avaliados pelo corpo de jurados, neste ano composto por: Alex Capella, jornalista do Senado Federal; Luiz Megale, jornalista e apresentador da Band; Marina Amaral, diretora da Agência Pública; Milton Jung, âncora da CBN; e Marcus Quintella, diretor da FGV Transportes.
Para chegarem aos vencedores, eles atribuíram notas de acordo com cinco critérios: relevância para o setor de transporte e o transportador; qualidade editorial; relevância para a sociedade; criatividade/originalidade; e temporalidade/atualidade.
Notavelmente, o Vice-presidente da FETCEMG, Gladstone Lobato, prestigiou a cerimônia de entrega do Prêmio CNT, sublinhando a importância do evento para o setor de transporte. A cerimônia de entrega da 30ª edição do Prêmio CNT de Jornalismo encerrou 2023 com momentos de emoção, como o vivido pelo jornalista Luiz Ribeiro, do jornal Estado de Minas. “Já conquistei 65 premiações jornalísticas com trabalhos individuais e em equipe, mas, para mim, vencer o Prêmio CNT tem um valor ímpar, por representar a subida de muitos degraus em minha trajetória”, comemorou o profissional ao receber o Grande Prêmio.
Além da estatueta, o melhor trabalho do ano recebeu R$ 60 mil. As demais categorias foram agraciadas com R$ 35 mil cada.
Conheça os trabalhos vencedores
Grande Prêmio
Raio-X das mortes no trânsito: onde mais acontecem, quais são as causas e como podem ser evitadas
De Montes Claros, município mineiro onde atua, Luiz Ribeiro, do jornal Estado de Minas, fez, em parceria com o jornalista Mateus Parreiras, um trabalho inédito ao apontar as armadilhas letais escondidas em curvas e trechos das rodovias mais mortais do país.
Internet
Estrada de papel
A reportagem de Jade Abreu, Sarah Teófilo e Natália Portinari mostrou que mais da metade das obras de pavimentação de rodovias contratadas pela Codevasf ficou só na promessa.
Meio Ambiente e Transporte
Em busca da mobilidade sustentável
As matérias de Rone Carvalho, veiculadas no jornal Diário da Região (São José do Rio Preto – SP), mostram como municípios menores estão mais atrasados em relação às capitais no que se refere ao planejamento de uma locomoção sustentável para a população.
Comunicação Setorial
De ponto a ponto
A jornalista Gabriela Viana de Morais, do Sindiônibus (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará), produziu um podcast em que conta histórias inusitadas que permeiam o universo dos ônibus coletivos.
Impresso
Viagem cancelada: o preconceito que limita o ir e vir da comunidade
O jornalista Pedro Grigori, do Correio Braziliense, elaborou uma série sobre a batalha da comunidade LGBTQIAPN+ para se locomover em segurança no transporte público e por aplicativo.
Fotojornalismo
Greve no metrô prejudica 2,8 milhões
O jornalista Werther Santana publicou, no jornal o Estado de São Paulo, uma foto emblemática a respeito da paralisação dos trens que travou a capital paulistana e levou à decretação de ponto facultativo nas repartições públicas.
Áudio
Custo estrada: o impacto das rodovias na mesa do brasileiro
Mardélio Couto, da rádio Itatiaia, produziu uma série de reportagens sobre o impacto negativo das más condições das rodovias brasileiras sobre a segurança, a qualidade e o preço dos alimentos.
Vídeo
Assédio moral
Na reportagem de Luciana Osório, da TV Globo, um caso de assédio no metrô do Rio de Janeiro foi o ponto de partida para mostrar a realidade feminina sobre os trilhos na capital fluminense. Veiculada no Fantástico, a matéria trata de rotinas de medo criadas pelo descaso e pela impunidade.