Transporte rodoviário tem média de mais de 100 demissões por dia em MG


Segundo dados da Fetcemg, redução da demanda pelos serviços por causa da crise deixa 15 mil caminhões parados no estado

Os transportadores rodoviários de cargas de Minas Gerais tiveram uma redução de cerca de 20% na demanda nos primeiros quatro meses de 2016, em relação ao mesmo período de 2015. Os efeitos da recessão econômica têm sido cada vez mais preocupantes para o setor: sem serviços, não há receita e nem é possível manter o quadro de funcionários, gerando cortes de pessoal.

Conforme o presidente da Fetcemg (Federação das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais), Vander Costa, cerca de 130 demissões por dia têm sido registradas. “ O empresário segurou tudo o que pôde, porque é mão de obra qualificada que se perde. Mas como a economia não reagiu, teve que cortar, para salvar a empresa”, diz ele.

Dados da entidade apontam, também, que há de 12 mil a 15 mil caminhões parados no estado. “Com o mercado em recessão, não há nem quem queira comprar os caminhões. Nem o banco, nos casos de financiamento, quer retomar, porque não tem onde colocar o caminhão retomado. A situação está muito difícil”, explica Vander Costa. Entre os principais fatores para isso está a queda na atividade industrial e no transporte de minério.

“O estrago feito na economia, até maio deste ano, é irreversível”, diz o presidente da Fectemg. A reversão desse cenário, avalia ele, passa por alterações significativas na política nacional: “O que esperamos é que haja uma mudança no governo e que o novo presidente venha com a capacidade para recuperar a credibilidade do mercado. O fundamental é ter credibilidade. Recuperar a economia não será fácil. Mas se as medidas certas forem tomadas, podemos ter resultados melhores em 2017”, complementa.

Outro agravante é a falta de investimentos. De acordo com dados compilados pela CNT (Confederação Nacional do Transporte)?, para 2016 o governou cortou em 11,8% os recursos destinados para infraestrutura de transportes. Enquanto isso, a má qualidade das rodovias brasileiras faz aumentar, em média, 25,8% o custo operacional do transporte, segundo a Pesquisa CNT de Rodovias 2015?.

Fonte: Portal CNT