O TRANSPORTE EM MINAS: SETCEMG


Como uma forma de apresentar a todos os transportadores do estado e do país o trabalho desenvolvido por cada sindicato filiado, a FETCEMG realiza uma série de entrevistas exclusivas com as lideranças de cada região. Nas últimas semanas, apresentamos o trabalho do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Triângulo Mineiro (Settrim).

Hoje, apresentamos o trabalho do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas gerais (SETCEMG). Fundado em 1953, o sindicato completou, em 2022, 69 anos de trabalho pelo transporte. Hoje, a entidade é a porta-voz de mais de 16 mil empresas no estado, distribuídas em diversos segmentos como carga perigosa, indivisível, granel líquido e sólido, frigorificada, entre outras, sediadas nos 420 municípios que compõem sua base territorial, levando as demandas essenciais para o desenvolvimento do setor para o poder público. Conheça um pouco do trabalho da entidade na visão do presidente, Gladstone Lobato.

 

 

Qual sua avaliação dos últimos anos do setor? Quais os principais desafios e conquistas? 

Os últimos anos foram marcados pela instabilidade do mercado, principalmente após a pandemia. Em 2019, o mercado de transporte apresentou queda de 45% da demanda e alguns segmentos de até 90%. O grande desafio foi manter as operações de transporte para o abastecimento da economia produtiva com a segurança sanitária dos nossos colaboradores e o padrão de eficiência das entregas. Também priorizamos a comunicação de suporte às empresas, com informações ágeis sobre as mudanças de emergência na legislação trabalhista e nas políticas de crédito.

A grande conquista foi atuar junto aos órgãos públicos e ter reconhecido o transporte como atividade essencial.  Minas Gerais foi o primeiro Estado a reconhecer na regulação sanitária o transporte como atividade essencial.

 

Como você analisa o mercado de transporte atualmente? Quais as suas expectativas para os próximos meses? 

Em função da pandemia, a desorganização das cadeias produtivas é a principal característica das atividades econômicas, provocando grande instabilidade nos preços dos insumos do transporte particularmente dos combustíveis e pneus.

A inflação e o baixo crescimento econômico passaram a ser um fenômeno da economia global reduzindo a previsibilidade para o planejamento das empresas. Em ano de eleições majoritárias torna ainda mais instáveis as operações das empresas. O resultado dessas eleições polarizadas vai ser determinante para diferentes caminhos da economia.

 

Quais os temas prioritários que o SETCEMG tem trabalhado?

Elenco cinco aspectos prioritários:

 

1) POLÍTICAS DE PREÇO AO MERCADO - em épocas de grande instabilidade nos preços dos insumos do transporte, intensificamos as estratégias de sensibilização para o repasse dos custos aos fretes cobrados pelas empresas TRC; 

2) INFRAESTRUTURA – realizamos ações junto aos órgãos públicos para manutenção das estradas - apoiar, apresentar propostas e acompanhar as concessões e privatizações; 

3) CAPACITAÇÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO – investimos na promoção de programas de treinamento com foco nas operações e gestão das empresas TRC;

4) SEGURANÇA PATRIMONIAL – intensificamos nossas ações de prevenção e combate ao roubo de cargas;

5) JURÍDICO E INSTITUCIONAL – trabalhamos na defesa da imagem, dos interesses trabalhistas, tributários e empresariais do TRC com participação nas definições de políticas públicas estaduais e municipais com impacto no setor de transporte rodoviário de cargas.     

                                          

Na sua opinião, quais as pautas essenciais que os governos federal e estadual precisam tratar?

As reformas estruturais na busca de estabilidade política, econômica e social. 

 

Sobre infraestrutura, o que precisa ser melhorado, quais as principais demandas dos transportadores?

Os programas de concessão e privatização, o novo marco regulatório dos portos, aeroportos e cabotagem, os investimentos em ferrovias irão provocar a mudança na matriz logística brasileira com ganhos de custo, eficiência e produtividade.

 

Ainda existe carência de mão de obra? O SETCEMG tem feito algo para fomentar a geração de emprego?

O mercado de trabalho está atravessando uma grande mudança transformadora, acelerada pela pandemia. Os avanços da tecnologia e da inovação irão demarcar as novas fronteiras para formação profissional. Com um índice de desemprego da ordem de 10% o mercado de Minas Gerais tem 200 mil vagas de emprego em aberto por falta de mão de obra qualificada. Por falta de mão de obra, o atraso na implantação do 5G é o principal indicador do mercado de trabalho. O SETCEMG e SEST SENAT estão trabalhando forte para implementar um programa de qualificação para progressão de categoria motorista profissional CNH B, C, D e E.

 

Sobre a COMJOVEM BH e Região: quais os próximos projetos?

Nosso núcleo está empenhado em se fortalecer ainda mais. Somos um núcleo grande, com representantes das principais empresas não apenas do estado, mas do país. Em 2023, nosso núcleo terá uma agenda intensa de eventos, campanhas e ações sociais, em consonância com a coordenação nacional.

 

O que o SETCEMG tem realizado pela Segurança Logística?

A intensificação das ações de prevenção e combate ao roubo de carga e acidentes nas estradas estão na escala das prioridades do SETCEMG.  Patrocinada pelas entidades que doaram os recursos para as novas instalações da Delegacia Especializada de Roubo de Cargas que deverão contribuir para melhoria das ações de inteligência.

 

E quais as ações do Sindicato quanto ao meio ambiente?

O SETCEMG está promovendo forte o movimento do ESG (ambiente, social e governança) nas empresas de transporte e participando dos debates e definições das tendências da transição energética para a descarbonização por meio de representação no Programa de Logística Verde Brasil.

 

Que mensagem você deixa para os transportadores, associados ou não, e parceiros? 

O SETCEMG vem cumprindo seu mote que é “Evoluindo com você”. Precisamos de uma aproximação cada vez mais intensa com as empresas, conhecer suas demandas e estar habilitado a enfrentar os desafios que se impõem ao transporte rodoviário de cargas.  O futuro traz grandes desafios para o fortalecimento do setor e precisamos cuidar bem da saúde das nossas empresas. Lucro não é "pecado", é o que garante a vitalidade dos nossos negócios.