Lideranças do TRC vão ao Japão para visitas técnicas


Para fomentar a relação comercial entre o Brasil e o Japão, um grupo de empresários do setor de transporte rodoviário de cargas (TRC), por iniciativa do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (Setcesp) foi até o oriente para de explorar as oportunidades de negócios e investimentos e estabelecer contatos com empresas, empresários e lideranças locais para troca de conhecimentos. O presidente do Setcemg, Sérgio Pedrosa, e o vice-presidente, Gladstone Lobato, ambos também representando a Fetcemg, fazem parte da comitiva que está em Tóquio.

Na segunda-feira (7), primeiro dia da visita, a comitiva visitou a matriz da empresa Nichirei Logistics Group Inc, gigante na produção de produtos alimentícios e congelados, fundada em 1945. Na ocasião, os brasileiros foram recebidos pelo diretor geral da divisão de desenvolvimento de negócios internacionais da empresa, Motoyuki Hazu, e pelo responsável pela divisão, Yuya Kita.

A Nichirei é um grupo de empresas e conta com Nichirei Alimentos Processados, Nichirei Alimentos Frescos, Nichirei Logística e Nichirei Biociência. O grupo faturou US$ 5,4 bilhões em 2014 com operações em 10 países espalhados pelo mundo, incluindo o Brasil, com a produção de frango e acerola.

Mais tarde, o grupo visitou o Centro de Distribuição (CD) de Higashi-Ogishima, planta com 42.300 m² e 2.500 portas pallets. O terminal dispõe de alta tecnologia para manuseio de materiais, controle de temperatura, sistemas contra terremotos, controle de reconhecimento de face de funcionários, circuito fechado de televisão (CFTV), telhado verde para controle de temperatura, entre outras especificações.

Independência

No fim da jornada, o grupo visitou o engenho da embaixada brasileira no Museu Contemporâneo de Tóquio. Houve uma celebração pela independência do Brasil, com a participação de autoridades públicas e empresários japoneses e também executivos brasileiros que trabalham no Japão. Foi exibida em uma área especial do museu uma exposição com imagens das obras do arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, além da comemoração de 120 anos de relações diplomáticas entre os países.

No 2º dia, empresários visitam associação representativa do setor e outras empresas e terminais de carga

Na terça-feira (8) a comitiva brasileira iniciou as atividades na Japan Trucking Association (JTA), entidade que representa aproximadamente 63 mil empresas, mais de 1,3 milhão de caminhões, 1,850 milhão de funcionários e faturamento de 14 trilhões de ienes. O grupo foi recebido pelo diretor geral, Haruhiko Hoshino, pelo diretor de assuntos gerais, Kaoru Yamazaki, e pelo responsável pelo departamento de Publicidade e Assuntos Internacionais, Futa Fukada.

Segundo o vice-presidente do Setcesp, Tayguara Helou, a entidade atua como a Confederação Nacional do Transporte (CNT) no Brasil, porém, a JTA só representa as empresas do modal rodoviário. “90% de tudo que é transportado no Japão é levado por caminhões. Em 1999, a lei foi modificada e as leis para o setor possibilitaram uma abertura de mercado. Se antes disso haviam apenas 40 mil empresas, atualmente são mais de 60 mil", conta Helou.

"Para ser transportador o empresário deve ter pelo menos cinco caminhões e vários exames em relação ao setor, além de estrutura de pátio e acomodação para motoristas. O transportador também deve ter um registro no estado e uma licença do Ministério de Transportes", acrescenta.

A JTA recebe um subsídio do governo de 18 bilhões de ienes, aproximadamente US$ 162 milhões, todavia, fica para a entidade 4,5 bilhões, além de mais 500 milhões de ienes dos associados, ou seja, 5 bilhões de ienes ou US$ 45 milhões. 85% das empresas do Japão são associadas à JTA. Estes repasses das associações são provenientes de um imposto sobre os combustíveis. A JTA é nacional e abaixo dela há 47 associações estaduais. “Pelo grande número de empresas no Japão, os preços apresentam sinal de queda, e a rentabilidade média das empresas também caem junto com a remuneração dos funcionários. 400 empresas quebram por ano no Japão”, ressalta Helou.

Terminais de cargas

A segunda visita do dia foi na Nippon Express, no terminal de cargas de Keihin. A empresa global com 370 filiais em todo mundo presta todos os serviços de transporte e logística, desde transporte rodoviário de cargas, marítimo, aéreo, ferroviário, mudanças, transporte de indivisíveis, fracionados, armazenamento, entre outros. A empresa fatura US$ 8,7 bilhões, e conta com mais de 33 mil funcionários e frota de 18.700 veículos. A comitiva foi recebida pelo diretor de assuntos gerais, Yonezawa Takuya, e pelo gerente de assuntos gerais, Tsukahara Takahiro. O grupo também visitou um cliente da Nippon Express, a Daikin, gigante fabricante de ar-condicionado.

A última visita do dia foi na Japan Motor Terminal (JMT), proprietária e administradora do terminal de Keihin, e foram recebidos pelo diretor adjunto, Yasuaki Nakamura. O Estado de Tóquio abrange 34% do negócio, o restante é de empresas privadas.

O terminal de cargas tem área total de 242.068 m², 12 plataformas com 467 docas no total, 2.600 trabalhadores e 2.800 caminhões/dia. O complexo tem outros terminas para armazenamento de mercadorias, cada um dos terminais conta com seis andares e acesso de caminhões em todos os andares. A empresa opera quatro terminais em torno da grande região metropolitana de Tóquio com características similares. Todos os terminais são equipados com hotéis, cabeleireiros, refeitórios, lojas de conveniência e posto de gasolina.

Outras visitas do grupo por Tóquio serão publicadas em breve no nosso site.

Fonte e foto: Setcesp