No dia 17 de fevereiro, segunda-feira, representantes da Fetcemg, do Setcemg, e da Prefeitura de Belo Horizonte, BHTrans, Iveco, Gasmig e Patrus Transportes se reuniram na sede do sindicato para a avaliação da conclusão do relatório de desempenho da van movida a gás natural veicular (GNV).

Durante a reunião, todos os signatários apresentaram os resultados dos seus estudos e atuações, apontando os principais resultados, bem como possíveis melhorias e oportunidades de negócios. Com os dados obtidos no período de julho de 2012 a outubro de 2013, o projeto foi considerado aprovado, sendo viável sua comercialização já que há uma necessidade por este tipo de transporte.

Produtividade

Um dos pontos mais importantes no transporte de cargas e que influencia em toda a operação é a produtividade. Esta, por sua vez, é impactada pelas restrições de horário de entrega, espera para carga e tempo de descarga, a falta de plataforma especializada para logística urbana, entre outros aspectos. Outro fator a ser levado em conta é o crescente número de compras feitas pela internet. De acordo com o consultor técnico da Fetcemg e do Setcemg, Luciano Medrado, há uma enorme tendência do e-commerce com entregas fracionadas, o que demanda do setor estudos sobre a melhor forma de fazer com que esses produtos sejam entregues aos compradores, levando em consideração os impactos que essas entregas terão sobre a sociedade, a mobilidade urbana e o meio ambiente. “A van é o veículo mais indicado para fazer entregas em pontos com proibição de circulação de caminhões maiores com mais facilidade”, afirma.

Responsabilidade ambiental

Um grande ganho no campo ambiental verificado foi a redução de emissão de fumaça preta, rica em CO₂, monóxido de carbono e óxidos de nitrogênio, por quilômetro rodado. Este resultado veio de encontro à proposta inicial da Iveco, montadora que criou o protótipo da van. “Foi registrada também uma significativa redução da poluição sonora, com queda de 10 decibéis (dB) em relação ao motor a diesel”, destaca Medrado.

Consumo

Tendo como foco o consumo de gás, foram analisados dois cenários: o primeiro com o preço do gás direto das bombas dos postos de abastecimento (R$1,79/m³), e o segundo com o preço entregue diretamente na Patrus Transportes (R$ 1,74/m³), empresa que realizou as entregas durante o projeto. Os custos médios por quilômetro rodado dos veículos movidos a diesel e a GNV foram muito próximos, sendo R$0,288/km rodado o custo da diesel e R$0,29/km rodado o custo da van GNV.

Resultado positivo

Com todos os ganhos da van GNV que foram apresentados, como a melhoria da qualidade do ar das cidades, produtividade do veículo e economia de custo do setor produtivo, os signatários do programa concluíram que o projeto deve merecer estímulo especial das autoridades municipais, seja por meio de isenções fiscais ou por meio de desconto sobre o peso da carga, como vem sendo desenvolvido na Itália e França. “Deve-se dar sequencia ao desenvolvimento e o próximo passo é repassar os dados para a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que dará um estudo sobre os dados e enviará o artigo para o Banco Mundial”, finaliza Medrado.