TRC em 2013
O Transporte Rodoviário de Cargas passou por significativas mudanças neste ano de 2013 e estrutura-se para continuar transportando a economia brasileira, com ou sem crescimento.
Algumas mudanças foram provocadas pelas lideranças do setor, como a luta pela aplicabilidade e efetividade da Lei 12.619 (Lei do Descanso do Motorista), a desoneração da folha de pagamentos e a manutenção do sistema de cobrança de ICMS no transporte interestadual. Outras vieram por atos de governo, como a implantação obrigatória do CT-e, SPED fiscal e social. Tudo isso exige nossa profissionalização acabando com os coelhos da cartola, que nada mais são que uma tentativa de esconder os custos para trabalhar com fretes baratos. A necessidade de mudar é indispensável para garantir a sustentabilidade do setor, em que pese alguns empresários não compreender no primeiro momento e oferecer resistência. Essa é uma atitude normal de algumas pessoas que se sentem confortáveis com a situação e resistem a mudar. Algumas vezes pode ser como o conforto da “lenda do sapo” que acaba morrendo cozido ao esquentar a água aos poucos. Nós preferimos o impacto da água quente que nos obriga a pular e mantermos vivos. Já não poderemos ignorar os custos de horas extras não pagas, ou a inadimplência tributária, pois os modernos sistemas de cobranças eletrônicas, assim como a justiça do trabalho fazem com que eles apareçam acrescidos de juros e correção monetária. Já não poderemos esconder nossos custos e diferentemente do que alguns afirmam de que somente sobreviverão os grandes, temos certeza que sobreviverão os organizados que souberem calcular todos os custos e não admitir sobre nenhum pretexto o pagamento de fretes abaixo do custo. O empresário que gosta de ser transportador precisará ter técnicos que saibam calcular seus custos e não admitir a venda de frete abaixo destes. É verdade que o transporte rodoviário ficou mais caro, não porque aumentou os custos, mas porque eles ficaram transparentes e possíveis de calcular. Esta transparência dará sustentabilidade ao setor e garantirá aos embarcadores o transporte de seus produtos. Pagar o valor devido, o valor justo, é agir com responsabilidade social e garantir o escoamento da produção. Estamos trabalhando para dar conhecimento aos empresários e não faltar com a nossa responsabilidade social de transportar a economia brasileira. Feliz Natal, muita saúde e paz a todos os leitores e meu agradecimento por dedicarem um pouco de tempo na leitura da coluna. Vander Francisco Costa – presidente da Federação das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais