Transportes puxaram receita dos serviços em junho, diz IBGE
Roberto Saldanha e Vânia Maria Prata, técnico e coordenadora da Coordenação de Serviços e Comércio, e Zélia Bianchini, diretora-substituta da Diretoria de Pesquisas do IBGE Foto: Lilian Quaino/G1
Os transportes foram os itens que mais influenciaram o avanço de 8,6% na receita dos serviços em junho no país, na comparação com o mesmo mês de 2012. O segmento, que avançou 9,8% em relação a junho do ano passado, teve contribuição de 34,9% na formação do índice, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística nesta quarta-feira (21), na primeira Pesquisa Mensal de Serviços do instituto.
Segundo Roberto Saldanha, técnico da Coordenação de Serviços e Comércio, a demanda por serviços de transportes por parte das empresas pode estar sendo provocada para escoar a safra, que deverá ser recorde este ano, e para abastecer as indústrias do Rio de Janeiro e de São Paulo de gás natural. A maior demanda das empresas e da indústria por esses serviços pode ter pesado no melhor resultado do segundo trimestre, que mostrou avanço de 9,2% contra igual período do ano anterior, percentual maior do que o registrado no primeiro trimestre, de 7,6%, explicou o técnico. Mas o primeiro semestre mostrou desaceleração no ritmo, em relação ao mesmo período do ano passado.“Tivemos taxas menores no primeiro semestre, mas não se pode dizer que seja influência da renda dos trabalhadores, uma vez que a demanda das empresas pesa mais no setor de serviços”, disse.
Outros setores que puxaram a receita dos serviços foram os serviços profissionais, administrativos e complementares, que demandam tanto profissionais qualificados para serviços jurídicos e contábeis como profissionais de limpeza e segurança. O segmento avançou 7,8% em relação a junho de 2012. Os serviços de informação e comunicação, que incluem divulgação de publicidade, instalação e manutenção de redes de computadores, serviços em telefonia fixa e móvel, tiveram alta de 7,6% na mesma comparação. Regiões Na análise regional, Mato Grosso apresentou a maior variação, com alta de 29,7% na receita dos serviços, impactada principalmente pelos transportes, uma vez que a região integra um corredor de produção agrícola em direção a São Paulo e Rio de Janeiro. “É um corredor de exportação que propicia o fluxo para o Porto de Santos”, disse. Já o Rio de Janeiro, que apresentou um avanço de 7,7% na comparação com junho de 2012, teve o pior desempenho nos serviços prestados às famílias, que incluem alojamento e alimentação (recuo de 0,7%). Isso porque a base de comparação foi prejudicada, uma vez que em junho do ano passado a cidade hospedou a Rio+20, onde houve alta demanda desses serviços. Para Roberto Saldanha, a Pesquisa Mensal de Serviços deu um conhecimento adicional sobre a influência que cada segmento tem nos estados “devido à própria grandeza do país”. “A Região Norte é fortemente influenciada pelo transporte hidroviário, que puxa crescimento ali. No Nordeste, são os serviços de turismo, alojamento, alimentação, agências de viagens. O turismo lá tem expressão o ano todo. No Sudeste, no Sul e no Distrito federal são as atividades de informação e comunicação e serviços às empresas que têm mais influência. tem No Centro-Oeste é o transporte de cargas”, explicou. O coordenador das Contas Nacionais do IBGE, Roberto Olinto, disse que os resultados da Pesquisa Mensal de Serviços serão usados na análise do Produto Interno Bruto (PIB) já no terceiro trimestre de 2013. “Na divulgação do PIB do segundo trimestre, na sexta-feira (30), vamos dar um briefing rápido do que está sendo feito. No fim de outubro ou início de novembro será divulgada uma nota técnica explicando como vão ser usados os resultados”, disse.