Transportadores: é hora de se mobilizar no combate ao Aedes aegypti
As entidades representativas do transporte fazem um alerta aos empresários e trabalhadores do setor sobre algumas medidas básicas que possuem um papel decisivo no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor dos vírus causadores da dengue, da chikungunya e do zika vírus.
O cuidado com pneus é um deles. Conforme a diretora do Departamento de Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Zilda Veloso, “eles são perfeitos para a reprodução do mosquito, pois são escuros, bem vedados e acumulam água facilmente”. Zilda alerta para a armazenagem dos pneus, que devem ficar em locais fechados. “Às vezes fica acumulado, nos pneus, um pouco de água de limpeza, por exemplo”. Se eles não forem mais utilizados para rodar, o recomendado é que os pneus sejam furados ou cortados ao meio e dispostos com a abertura para baixo. Ou, então, o descarte deve ser feito corretamente. Outros utensílios, como lonas, reboques ou mesmo implementos e veículos que ficam parados por muito tempo também devem ser verificados, pois podem ser focos do mosquito. “As pessoas deixam carros batidos estacionados, móveis, ferros retorcidos, esquadrias antigas, caixas d’água abertas, lixo. Tudo isso acumula água e pode se tornar criadouro. Todos têm que ter consciência de que isso, hoje, não é mais possível, ou estaremos colocando em risco a gente, nossa família, nossos vizinhos”, destaca Zilda.
Entidades engajadas A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou um aviso às empresas de transportes terrestres determinando a intensificação dos esforços para a eliminação de focos do Aedes aegypti.
A luta contra o mosquito também ganhou força com o lançamento da Campanha da Fraternidade 2016, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), que tem neste ano o tema Casa Comum, Nossa Responsabilidade e o lema "Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca", com foco no saneamento básico, no desenvolvimento, na saúde integral e na qualidade de vida.
Dados divulgados pelo Conic mostram que, mesmo figurando entre as maiores economias do mundo, o Brasil tem mais de 100 milhões de pessoas sem saneamento básico. “O Estado brasileiro tem deficiência na prestação de serviços relacionados ao tratamento da água e do esgoto e à coleta de lixo”, informou a CNBB.
Casos em Minas
Uma em cada oito cidades em Minas Gerais apresentou em janeiro quadro compatível com epidemia de dengue, de acordo com critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo levantamento do Estado de Minas e do Departamento de Estatística do Instituto de Ciências Exatas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), 12% dos municípios – 104 no total – registraram taxa de incidência superior a 300 casos em uma população projetada de 100 mil habitantes. Classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS) indica que lugares com mais de 300 doentes por 100 mil moradores são tidos como em situação epidêmica. O levantamento considerou o último balanço, com casos confirmados e suspeitos de dengue, divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG). A metodologia consistiu em dividir os totais pela população de cada município e multiplicar por 100 mil.
Outros dados do levantamento você vê aqui.
Fonte: Agência CNT, CNBB e Estado de Minas
Foto: Mazinho Gomes