Transportadoras no prejuízo
Perdas com caminhões parados três dias nas estradas chegam a 40% da receita de empresas
A manifestação dos caminhoneiros trouxe prejuízo de até 40% da receita das transportadoras mineiras durante os três dias em que trechos de rodovias foram bloqueadas em vários pontos do Estado. Na terça-feira, quase 500 caminhões que fazem transporte para a Tora Logística, entre próprios e terceirizados, ficaram parados nas rodovias, conforme o diretor de operação da empresa, Antônio Luis da Silva Júnior. “O impacto ainda será sentido nos próximos três a quatro dias. Afinal, o nosso ritmo normal de trabalho foi afetado”, observa.
Ele estima queda de 40% na receita diária durante os bloqueios feitos pelos caminhoneiros. “Dos nossos cerca de 160 clientes, de 30 a 40 foram afetados diretamente pelo movimento, com a falta da entrega, com destaque para o setor automotivo”, diz. Em média, há 2.000 caminhões da empresa rodando em todo o país. O presidente da Tora, Walter Souza, ressaltou que não havia como as transportadoras se prevenirem, adotarem alguma estratégia. “Não sabíamos onde a passagem dos caminhões seria proibida pelos manifestantes. Com isso, deixamos de abastecer vários clientes. Além disso, houve casos de motoristas que foram assaltados e alguns que chegaram a passar fome. Levamos água e comida para alguns que estavam presos nas estradas”, conta. Na Patrus Transportes, em torno de 20 mil entregas diárias deixaram de ser realizadas em três dias, conforme estimativa do diretor presidente da empresa, Marcelo Patrus. “Na segunda-feira, 30 carretas ficaram presas nas rodovias. Na terça-feira, a situação se complicou, chegando a 70 carretas”, diz. Patrus ressalta que são vários os prejuízos. “Medicamentos deixaram de ser entregues, produtos que eram perecíveis estragaram, muita coisa deixou de ser entregue e o comércio deixou de vender. Além disso, as transportadoras vão ter que arcar com os prejuízos. Afinal, teremos que pagar hora extra ao pessoa para voltar ao ritmo normal”, observa. De acordo com ele, ontem, às 9h, não havia carretas na empresa. “Em algumas áreas, cheguei a liberar o pessoal, pois não havia serviço para ser feito”, diz. O assessor jurídico do Sindicato das Empresa de Transporte de Carga de Minas Gerais (Setcemg), Paulo Teodoro do Nascimento, disse que a entidade ainda está contabilizando os prejuízos. “Ainda não temos números, mas o fato é que o impacto é alto”, diz.Foto: Nelson Batista Fonte: Jornal O Tempo