Todos a Brasília por um transporte rodoviário de cargas produtivo e economicamente forte


José Hélio Fernandes, presidente da NTC&Logística

O ano de 2014 reveste-se de características muito especiais, tanto para o nosso setor quanto para o País. À parte de ser um ano que tem o Brasil como anfitrião da Copa do Mundo - o que, por si só já seria um fator notável, com o reflexos econômicos diretos -; vivemos um ano de eleições. No panorama internacional, Estados Unidos, Europa e China ainda não conseguiram retomar um rumo sólido em suas economias, com influência direta nos países emergentes, em especial o Brasil. Aqui, como a NTC previu há anos, vemos chegar cada vez mais perto a um teto de crescimento que parece impossível ultrapassar, ditado diretamente pelo chamado Custo Brasil, que torna os nossos produtos muito menos competitivos. A dificuldade de escoamento da safra, com o estrangulamento dos portos, por exemplo, aí está a provar que o termo "apagão logístico" não é apenas uma figura retórica. Além das questões ligadas à infraestrutura já conhecidas, os custos do nosso setor são agravados por inúmeros fatores, como por exemplo o agravamento do roubo de cargas que exige todo um aparato de segurança e gerenciamento de riscos que, em geral, não são repassados às tarifas como deveriam ser. O mesmo ocorre com as crescentes restrições à circulação de caminhões disseminadas em municípios de todos os portes. Sem falar do ônus gerado pela implantação da necessária Lei 12.619 que também não é absorvido por grande parte do mercado sob o inacreditável, e obviamente falso argumento de que "a Lei não está em vigor" ou, pior ainda, que "não pegou", como se para valer, além de ser aprovada pelas duas casas do Congresso Nacional, promulgada pela presidência da República e publicada no Diário Oficial, ainda tivesse "que pegar". Enquanto isso, vemos as empresas de transportes trabalharem com margens cada vez menores e, numa exceção que virou regra para a maioria delas, negativas. A NTC, como não poderia deixar de ser, tem se preocupado muito com essas questões e procurado trabalhar para minorar essa verdadeira agonia vivida por seus associados. Entende, entretanto, que é preciso uma grande mobilização de empresários, lideranças e do próprio poder público para que essa situação possa ter uma chance de reversão. Porque esse não é um problema só do setor, mas de todo o País, na medida em que representamos o modal responsável por bem mais de 60% da circulação de produtos. Quando o transporte vai mal, o Brasil vai mal. No limite, um colapso no nosso setor teria consequências desastrosas e inimagináveis. Por tudo isso, promoveremos muitas iniciativas ao longo do ano. Percorreremos todo o Brasil abrindo um amplo debate com transportadores, embarcadores, operadores logísticos, fornecedores, técnicos, meio acadêmico, poder público e interessados em geral, no sentido de estimular ampla mobilização de todos em torno dessa questão crucial. Uma dessas ações, de importância vital, é a realização do XIV Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas, que ocorrerá no dia 16 de abril, em pleno Congresso Nacional, juntamente com a Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados. Nesta ocasião diversos destes assuntos serão tratados com parlamentares e outros integrantes do poder público. O sucesso dessas discussões se refletirá diretamente na vida das nossas empresas. Para isso, entretanto, é preciso que todos estejamos lá, presentes e participantes. Assim, a NTC convoca a todos os transportadores para que lá estejam. É a grande chance de participar, opinar e contribuir decisivamente para com um futuro diferente deste presente agudo e aflitivo que vivemos. Fonte: NTC&Logística