Roubo de carga tem quase 6,5 mil casos registrados no Rio só este ano


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Roubos têm se repetido com uma frequência assustadora e preocupante. Tiroteios e ataques a motoristas estão crescendo: é um assalto por hora.

Bandidos armados com fuzis estão levando pânico no Rio de Janeiro para roubar as cargas dos caminhões. Os tiroteios e ataques a motoristas estão crescendo. Só este ano foram 6,5 mil casos. É um assalto por hora.

Oito horas da manhã e um tiroteio que durou cerca de 20 minutos em uma esquina movimentada na Zona Norte do Rio. Motivo: um assalto a um caminhão carregado de cigarros. Os bandidos atiraram nos seguranças que escoltavam a carga e levaram pânico para quem estava na rua.

“Assim que eu entrei no carro, eu, minha esposa e a amiga, a gente viu do lado esquerdo o tiro. Meu carro ficou literalmente no meio. Um nervosismo absurdo nós três. Só Deus mesmo nesse momento”, afirmou um homem que não quis se identificar.

Quatro pessoas foram baleadas. Uma mulher se protegeu dos tiros de fuzil debaixo de um carro. Em um vídeo gravado momentos antes e no mesmo bairro, dá para ver bandidos com fuzil rendendo um motorista. A polícia investiga se é o mesmo grupo.

Os roubos de carga têm se repetido com uma frequência assustadora e preocupante. No início da semana, o tiroteio foi no meio da Via Dutra. De janeiro a setembro deste ano, foram registrados quase 6,5 mil casos no estado. O aumento em relação ao mesmo período do ano passado foi de 31% e, na comparação entre setembro deste ano e setembro de 2015, o crescimento foi de 66%.

O empresário Antônio Alexandre Bessa tem 23 caminhões que transportam carnes e congelados, um dos principais alvos dos bandidos. Ele diz que a empresa vem perdendo um carregamento por mês. “Tem empresas quebrando por conta disso. Está muito difícil, muito mesmo. Muito difícil da gente recuperar e não tem seguro, então o nosso prejuízo é 100%”, disse.

Os depoimentos das vítimas são parecidos e a polícia sabe como as quadrilhas costumam agir. São homens fortemente armados quase sempre com fuzis. Eles abordam o motorista e levam o caminhão que depois é abandonado já vazio. São assaltos feitos sob encomenda que já têm a pessoa certa para receber e pagar pela carga roubada.

A Polícia Civil já tem um mapeamento das poucas comunidades que recebem grande parte das cargas roubadas. O chefe da delegacia que investiga esse tipo de crime diz que precisa da ajuda da Polícia Militar para fazer um cerco às favelas.

“Eles usam um armamento bastante pesado, fuzis, são três, quatro carros, cada carro tem dois, três fuzis. O que está sendo feito agora é um replanejamento que a Polícia Civil está encaminhando, a chefia está encaminhando para a Secretaria de Segurança para a Secretaria de Segurança determinar e orientar que a Polícia Militar faça um cerco naquelas regiões ali, principalmente no entorno”, disse Marcelo Luiz Santos Martins, da Delegacia de Furtos Roubos de Cargas.

À medida em que aumentam os casos de roubos, cresce também a apreensão de fuzis. Em 2015, 344 armas desse tipo foram retiradas das mãos dos bandidos. Um aumento de 23% de um ano para o outro. E até setembro deste ano, já foram apreendidos 234 fuzis.

Aos motoristas resta enfrentar o medo e o risco durante o trabalho. Um homem, que prefere não se identificar, foi cercado por bandidos no mês passado, quando o dia mal começava a clarear. “Eu quero um meio de trabalho, meio de vida, mas ultimamente está sendo meio de morte, eu saio na rua e não sei se voltar”, afirmou.

Fonte: TV Globo eportal G1, via NTC&Logística