Relicitação da BR-381 sem data prevista
A duplicação da BR-381 de Belo Horizonte a Governador Valadares (Vale do Rio Doce) pode receber R$ 340 milhões em investimentos neste ano, 112,5% a mais que os recursos aplicados na rodovia em 2016 (cerca de R$ 160 milhões). No entanto, a relicitação da maioria dos lotes que estavam sob responsabilidade do consórcio Isolux/Corsán/Engevix, que tiveram os contratos rescindidos e respondiam pela maior parte da obra, ainda não tem data prevista para acontecer. Ao todo, são 11 lotes no projeto.
As informações são do presidente da regional do Vale do Aço da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e coordenador do Movimento Nova 381, Luciano Araújo. Procurado pela reportagem, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) forneceu informações sobre o status atual de cada lote da obra, mas não deu previsões quanto à data para relicitação dos contratos da maioria dos lotes “devolvidos” pelo consórcio Isolux/Corsán/Engevix.
De acordo com o presidente da regional Vale do Aço da Fiemg, hoje basicamente dois lotes da obra estão com trabalhos em andamento. Um deles é o lote 7, que vai de Barão de Cocais, na região Central, até o trevo de Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O responsável pela obra é o consórcio Brasil/Mota/Engesur. Segundo o Dnit, 38% dos trabalhos estão concluídos.
O lote 7 inclui a duplicação de 20 quilômetros de rodovia, cujo trecho foi terraplenado, e a construção de um viaduto de 600 metros de extensão. Segundo o representante da Fiemg, ambas as obras devem estar concluídas e liberadas para o trânsito ainda neste ano.
O outro lote com trabalhos em andamento é o 3.1. Neste caso, a obra estava sob a responsabilidade do consórcio Isolux/Corsán/Engevix, mas teve o contrato rescindido. A intervenção ficou por conta do segundo colocado na licitação original, que também foi o consórcio Brasil/Mota/Engesur. Conforme o Dnit, os trabalhos serão iniciados ainda em 2017.
“A expectativa agora é que esses trabalhos sejam finalizados e os trechos passem a funcionar. Porém, é preciso relicitar os lotes de obras cujos contratos foram rescindidos com o consórcio Isolux. Nosso objetivo é que isso aconteça neste ano, até aproveitando este momento com o governo federal falando em infraestrutura e a BR-381 é uma das principais obras públicas de transportes no País”, afirmou o coordenador do movimento Nova 381.
Os lotes que ainda não têm previsão de ser licitados e estavam sob a responsabilidade do consórcio Isolux são o 1, que envolve a duplicação de aproximadamente 73 quilômetros da via e está com contrato paralisado, e o 2, com a duplicação de cerca de 60 quilômetros e também com contrato paralisado. Segundo o Dnit, os estudos referentes a estes lotes estão sendo revistos para contemplar a duplicação dos trechos que, no projeto original, teriam somente aumento de capacidade. Além deles, os lotes 4, 5 e 6, que também tiveram os contratos de obras rescindidos, não têm previsão de nova licitação.
Fundo - Luciano Araújo admitiu que existe de fato a ideia de incluir a BR-381 dentro do escopo de projetos que podem receber recursos do Fundo de Investimentos Brasil e China, criado no ano passado, mas afirmou que isso ainda é um assunto está incipiente. É uma expectativa nova mas ainda é apenas uma perspectiva.
“Estamos separando fatos reais e concretos, que é o que temos hoje, e apresentando isso para o fundo para entrar no radar deles. Mas são temas diferentes, uma coisa é administrar o que está acontecendo e outra são as possibilidades”, ponderou o coordenador do Movimento Nova 381.
Fonte: Diário do Comércio