Via ainda pode ter aumento do efetivo para fiscalização; texto está em análise

O Anel Rodoviário de Belo Horizonte poderá se transformar em uma "rodovia inteligente". É assim que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) chama o novo formato que o órgão quer dar à via, a partir de um projeto de intervenções emergenciais que está em fase de análise na direção do departamento, em Brasília. Se validado, a rodovia terá, entre outras melhorias, câmeras e guinchos, além de uma central para monitorar o fluxo de veículos 24 horas por dia.

O principal objetivo, segundo a assessoria do Dnit, é dar fluidez ao tráfego e evitar os acidentes, principalmente envolvendo caminhões. Se a ideia for aprovada, na central de monitoramento haverá uma equipe de controladores e painéis conectados a câmeras espalhadas pela rodovia. A ideia é que os funcionários acionem a polícia assim que flagrarem motoristas infratores. Os policiais irão então interceptar os motoristas e multá-los.

No caso dos caminhoneiros, como O TEMPO adiantou com exclusividade em sua edição de ontem, eles serão isolados na faixa da direita, por barreiras fixas criadas por meio de olhos-de-gato.

Para agilizar a liberação da rodovia em casos de acidentes, serão adquiridos guinchos - hoje, os equipamentos para a remoção dos veículos são emprestados pela BHTrans. O Dnit não informou o número de câmeras nem de guinchos que devem ser comprados. O órgão informou que a intenção é aumentar o efetivo de policiais, mas não divulgou um número.

"O ideal é que o Anel, em toda a sua extensão, seja monitorado, com funcionários em contato com a polícia para alertar sobre infratores e acidentes. Dessa forma, nossas equipes poderão se mobilizar o mais rápido possível e com a estrutura adequada", afirmou o subcomandante do Batalhão de PMRv, major Aguinaldo Lima de Barros.

As intervenções emergenciais foram propostas por técnicos do Dnit e do Departamento de Estradas e Rodagem de Minas (DER-MG) e têm custo previsto em R$ 60 milhões. A intenção é que elas sejam colocadas em prática antes da revitalização do Anel, prevista para 2016.

Imprudência Em 1 hora, 101 caminhões usam faixa da esquerda

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) é claro: veículos pesados são proibidos de trafegar pela esquerda. O descumprimento da norma gera multa de R$ 85,13 e acréscimo de quatro pontos na carteira de habilitação. No entanto, motoristas ignoram a lei, conforme flagrou a reportagem de O TEMPO, ontem, no Anel Rodoviário. Durante uma hora, 101 caminhões foram vistos burlando a lei. Nenhum dos flagrados foi multado. Desde 10 de outubro, a reportagem tenta junto à Polícia Militar Rodoviária (PMRv) número de caminhoneiros multados na rodovia, sem sucesso.

As imprudências ocorreram em três pontos da via. No primeiro, no trevo do bairro Betânia, na região Oeste, considerado um pontos mais perigosos, a presença da base móvel da PMRv inibiu mais os caminhoneiros. Alguns recuavam quando avistavam o policiamento. Já na altura dos bairros Novo das Indústrias e Madre Gertrudes, nas regiões do Bairreiro e Oeste, a imprudência era constante.

O subcomandante do Batalhão de PMRv, major Aguinaldo Lima, disse que a multa barata incentiva o caminhoneiro a arriscar. "Além de aumentar a taxa, a fiscalização mais efetiva é a eletrônica. É preciso ter mais radares fixos". O Anel conta, atualmente, com 17 radares fixos e dois móveis.

Fonte: Jornal O TEMPO - 07/11/2012