Presidente da FETCEMG fala sobre o custo dos fretes ao jornal DC


O recente aumento no preço dos combustíveis, aliado às perdas de margens ocorridas ao longo do ano passado, pode gerar um aumento de até 40% no valor do frete rodoviário no Estado em 2013. A avaliação é do presidente da Federação das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais (Fetcemg), Vander Francisco Costa.

Porém, segundo ele, esse reajuste maior só será realizado por aquelas transportadoras que não fizeram os repasses necessários ao longo do ano passado. Para as demais, será cobrado apenas o aumento do óleo diesel, que ficará em torno de 3%. "Muitas empresas que não se organizaram de forma correta estão com sérios problemas, sofrem com a defasagem do custo da mão de obra e aumento do preço dos caminhões novos. Por isso, serão obrigadas a reajustar os preços de 30% a 40%", afirmou Costa. A Fetcemg representa cerca de 9 mil companhias do setor em Minas. Conforme o dirigente, tais empresas não têm como fugir do aumento, sob risco de até de fecharem as portas. " preferível negociar agora do que quebrar. Ainda mais que vai começar agora a fiscalização relacionada à nova legislação do setor" acrescentou. A Lei 12.619, que regulamenta a profissão de caminhoneiro, foi sancionada em maio do ano passado pela presidente Dilma Rousseff. Na época, divulgou-se que a nova legislação deveria gerar impacto de 30% no aumento do frete do transporte de carga. O reajuste ocorreria por causa da "subutilização" dos veículos, já que nova regra limita o uso dos caminhões, além da obrigatoriedade de maior tempo de descanso dos motoristas.

Dessa forma, os empresários tiveram que comprar mais veículos e contratar mais profissionais para atender à demanda. Embora existam mais caminhões nas rodovias, o período de atividade é menor. Mas, somente agora é que deverá ter início a fiscalização. Além disso, as transportadoras têm que investir em capacitação dos caminhoneiros.

De acordo com a lei, os cursos de capacitação terão que ser oferecidos pelas empresas. "Trata-se de uma legislação que não se restringe apenas a motoristas e caminhoneiros. Todos os envolvidos no transporte de carga - como o contratante - têm de respeitá-la", ressaltou. Já o reajuste no preço do diesel vai resultar em um aumento de 3% nos custos do setor, que terão que ser repassados de imediato, já que as margens de lucro das transportadoras estão bem enxutas. Biodiesel - O óleo diesel é um insumo que tem apresentado altas constantes em função do percentual de 5% de biodiesel existente na fórmula. E há ainda a determinação, válida desde janeiro, segundo a qual veículos fabricados a partir de 2011 devem ser abastecidos com diesel S10, que reduz a emissão de poluentes, mas é mais caro que o diesel normal. Mesmo com o aumento nos custos, o segmento aposta em um expansão maior em 2013. Em geral, o setor de transporte de cargas cresce três vezes mais do que o Produto Interno Bruto (PIB). Se neste ano a alta for de 3,5%, como espera o governo, a aposta das empresas é de crescer cerca de 10%.

Fonte: Diário do Comércio