Preços dos combustíveis apresentaram estabilidade em dezembro, mas acumulam alta em 2024
Os preços da gasolina, do etanol, do diesel, entre outros, apresentaram estabilidade em Minas Gerais no mês de dezembro, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), mas acumulam alta expressiva ao longo de todo o ano de 2024, marcado por reajustes tarifários e alterações climáticas.
Os preços do etanol hidratado fecharam o ano a R$ 4,17/l. No decorrer de dezembro, o custo do bicombustível praticamente não sofreu variações no Estado. Já em relação ao início do ano, o preço do etanol subiu 23%, quando o litro do biocombustível custava R$ 3,39. Esta foi a maior alta acumulada no período entre os combustíveis pesquisados pela agência.
O levantamento da ANP aponta ainda que os preços da gasolina comum e aditivada também apresentaram estabilidade em dezembro e terminaram o ano a, respectivamente, R$ 6,07/l e R$ 6,27/l. Em relação ao início de 2024, quando a gasolina comum foi comercializada a R$ 5,44/l nos postos mineiros e a aditivada a R$ 5,66/l, houve aumento de, respectivamente, 11,5% e 10,7%.
O gás natural veicular (GNV) também foi outro combustível com estabilidade no preço nos postos mineiros no mês de dezembro. Já no decorrer de 2024, o custo do combustível apresentou variação positiva de 2,8%, de R$ 4,94/m³ no começo do ano para o atual preço de R$ 5,08/m³.
Os preços do diesel no Estado também se mantiveram relativamente estáveis em dezembro. Estavam a R$ 5,87 por litro na primeira semana do mês e chegaram a R$ 5,90 na última medição. Já o diesel S-10 foi vendido, em média, a R$ 5,96 por litro no início do mesmo período e chegou a R$ 5,99 na última semana. No acumulado de todo o ano passado, o preço do diesel subiu 2,6%, e do diesel S-10 aumentou 1,8%.
Vale lembrar que, em janeiro de 2024, o governo federal retomou de forma integral a cobrança de impostos federais sobre o óleo diesel. A alíquota do Programa de Integração Social e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins) passou a ser de R$ 0,35 por litro do combustível – aumento de R$ 0,22/l.
Já em fevereiro, o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) aumentou 12,5% sobre os preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. Em julho, foi a vez da Petrobras reajustar em 7,12% o preço do litro da gasolina A vendido às distribuidoras.
Por fim, em agosto, entraram em vigor as novas tarifas da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) para o gás natural veicular (GNV), que aumentou em 6,21% o preço do insumo vendido pela estatal.
Tendência de estabilidade nos preços dos combustíveis
Além da retomada de tributos e reajustes tarifários, as alterações climáticas afetaram a dinâmica do setor agrícola, o que contribuiu para as oscilações nos preços do etanol, produzido a partir da cana-de-açúcar no Brasil. O professor de Ciências Contábeis e diretor da unidade Floresta da Estácio, Alisson Batista, ressalta que as tensões no Oriente Médio também contribuíram para as variações nos custos dos combustíveis no País.
“São nações que produzem petróleo e, se puxarem o preço para cima, pode impactar no valor do combustível na bomba, seja por uma forma reativa, seja por uma questão mercadológica mesmo, para o preço não ficar defasado como ficou na pandemia”, disse.
Ainda assim, ao menos para os próximos meses, Alisson Batista aponta que a tendência é que os preços dos combustíveis continuem estáveis no Estado. “A perspectiva de produção de etanol continua positiva, o governo atual tem investido na questão de uma energia mais limpa, e acredito que a gente não vai ver, nesse primeiro trimestre, um aumento abrupto no preço do combustível”, analisa.