Opinião - BR-040, melhorias à vista, mas insuficientes!


Do engenheiro João Marcio Lignani Siqueira recebi este e-mail: “Há um mês foi assinado o contrato de privatização da BR-040, rodovia inaugurada em 1957 e que possui basicamente o mesmo traçado, com vários trevos em nível e curvas com raios pequenos, convidativas a acidentes. Atualmente, possui 21 quebra-molas no trecho entre Correia de Almeida (próximo a Barbacena) e o trevo para São João Del-Rei/Tiradentes. Assim, para evitar acidentes, mutilam a estrada, mas a engenharia permite outras soluções como vias marginais, passarelas, passagens subterrâneas, viadutos e mudança de traçado. Os usuários esperam que as melhorias anunciadas se traduzam em retificações de trechos perigosos, ampliação de raios de curvas, terceiras faixas de imediato nas proximidades do antigo Viaduto das Almas, dimensionamento do pavimento que permita durabilidade de sua regularidade e instalação de balanças, principalmente, onde circulam os caminhões de minério. Espera-se uma duplicação melhor do que a da Fernão Dias, onde curvas perigosas foram mantidas e são hoje causa de muitos acidentes. No curso de Engenharia, aprende-se que, ao projetar uma estrada, devem-se definir como premissa os pontos obrigatórios de passagem, proximidade de cidades, acessos etc, mas quando se vai melhorar e duplicar uma estrada, deve-se levar em conta o traçado já existente, atentando para pontos obrigatórios de não passagem, ou pontos de intervenção especial. No contrato firmado está previsto relevante melhoria, com a construção de novos contornos em Conselheiro Lafaiete e Santos Dumont, o que não era considerado no edital de concessão anterior. Além dos quebra-molas, existem inúmeros radares de baixa velocidade, chegando até a 30km/h. Ora, para uma rodovia federal de primeira classe, a maioria dos radares deveria ser de 110 ou 100km/h e todos esses pontos de quebra-molas e radares de baixa velocidade devem ser considerados como de intervenção especial. O ideal seria termos uma nova BR-040, como foi feito entre o Rio de Janeiro e Juiz de Fora, e caso isso venha a acontecer, certamente seriam feitos novos traçados nas proximidades de Congonhas, Ressaquinha e Ewbank da Câmara – essa última, com radar de 30km/h. Entretanto, o contrato prevê a execução de melhorias não previstas inicialmente, mediante negociações para recomposição do equilíbrio econômico-financeiro. É uma esperança, se bem utilizada, de corrigir eventuais omissões no contrato recentemente firmado com a concessionária Invepar. Uma reivindicação importante é que os primeiros 55 quilômetros a serem duplicados sejam o trecho, reconhecidamente o pior da estrada, entre o trevo de Ouro Preto e Conselheiro Lafaiete, principalmente nos arredores de Congonhas. No momento, o Dnit está realizando um recapeamento simples, sem reforço estrutural, entre Ressaquinha e o trevo de Ouro Preto. Esperamos, se possível, que um dia tenhamos uma nova BR-040, ajustada ao século 21 e que venha a honrar o empreendedorismo e a ousadia do saudoso mineiro JK, que a ela empresta seu nome”.

Fonte: Hoje em Dia

Foto: Tribuna de Minas