O antigo drama da BR-381
A proposta de estadualização da BR-381 feita pela secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, Dorothea Werneck, é difícil de virar realidade. Nem mesmo se o senador mineiro Aécio Neves for eleito e empossado na Presidência da República isso deve acontecer. Minas Gerais não vem dando conta nem de cumprir promessas de governo feitas vários anos atrás, como poderia refazer e duplicar uma rodovia cujo projeto já está até considerado ultrapassado? Um bom exemplo disso é a construção de um simples trecho de rodovia estadual de apenas 14 km ligando a MG-353 nas proximidades de Coronel Pacheco até a BR-040. Referido trecho só depois de mais de 10 anos com projetos feitos, licenças ambientais e recursos assegurados no orçamento mineiro, só agora foi iniciado. Nos anos anteriores os recursos foram desviados para outras finalidades e a Zona da Mata mineira, que não tem mar ou oceano, ficou a "ver navios", como popularmente se diz. Esta pequenina rodovia irá justamente evitar que os veículos vindos de vários municípios da Zona da Mata, inclusive da terra da secretária Dorothea Werneck, que é Ponte Nova, tenham que passar por dentro de Juiz de Fora quando se dirigem a São Paulo ou ao Rio de Janeiro. O problema é que não podemos comparar o Anel Rodoviário de Belo Horizonte com a rodovia BR-381, que liga Belo Horizonte a Governador Valadares. Além de o trecho ser muito extenso, terá o projeto que ser totalmente refeito. Teremos que construir, como afirmam alguns técnicos, uma nova rodovia duplicada e modernizada. Só assim veremos o título de "Rodovia da Morte" ser modificado para "Rodovia da Vida". O problema da falta de recursos em Minas Gerais para serem aplicados na conservação ou na construção de novas rodovias extravasa o próprio poder de arrecadar mineiro. Em excelentes trabalhos publicados na revista nacional de economia e negócios "Mercado Comum", o ex-presidente do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais - BDMG, bacharel em Ciências Econômicas, Administração de Empresas e Contabilidade Carlos Alberto Teixeira de Oliveira vem demonstrando através de números como o Produto Interno Bruto - PIB de Minas Gerais vem perdendo a invejável posição que ocupou no passado. De 2003 até 2010 nosso Estado ocupou a 22ª posição entre os 27 companheiros brasileiros e a sua dívida pública é a 2ª maior e uma das mais caras do Brasil. Não pretendemos ir muito longe. Apenas relembrar os saudosos tempos em que o tripé BDMG, Cedimg e Indi fizeram Minas Gerais crescer e aparecer dentro do cenário brasileiro. Será que podemos recomeçar?
Foto: Maurício de Souza/Arquivo Jornal Hoje em Dia Fonte: Jornal Diário do Comércio