Novo edital sai publicado hoje


Ultrapassagens em pontos proibidos são rotina na BH-Monlevade

A direção do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) confirmou que o edital de licitação para a duplicação dos 303 quilômetros da BR-381 entre Belo Horizonte e Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, será publicado hoje no Diário Oficial da União (DOU). O anúncio da publicação do edital foi antecipado com exclusividade pelo EM na semana passada. O processo está sendo retomado mais de um mês depois do cancelamento dos editais anteriores, devido a inúmeros questionamentos das empresas interessadas. O Dnit vai licitar a obra por meio do Regime Diferenciado de Contratações (RDC), na modalidade integrada. Nesse caso, a empresa tem autonomia para propor alternativas ao projeto apresentado pela autarquia federal e também executa as intervenções. O prazo para apresentação de propostas é de 30 dias úteis, segundo informou o diretor-geral do Dnit, Jorge Ernesto Pinto Fraxe, e as obras poderão ser iniciadas ainda neste semestre. Também está previsto o seguro-performance, que garante a conclusão da obra em caso de problemas com a empresa vencedora. Outra questão importante é a estimativa de um preço de risco, calculado com base em um modelo matemático. Esse preço serve para estabelecer uma faixa de segurança dos gastos, já que não estão permitidos aditivos. NOVA RODOVIA Especialistas apontam que o problema dos 110 quilômetros entre a capital e João Monlevade, na Região Central, poderia ser resolvido de outra maneira com a construção de um novo trecho de 60 quilômetros entre BH e Bom Jesus do Amparo (entrocamento para Itabira), na Região Central. Para eles, o custo para executar a duplicação se manteria no mesmo nível com a construção de uma nova rodovia, já que falhas no projeto de duplicação oneram as empresas, e as tabelas do governo sobre custo de materiais estão desatualizadas. Segundo o professor Márcio Aguiar, responsável pelo Departamento de Engenharia de Transportes da Fumec, o trecho mais complicado com relação às desapropriações está mais perto de BH, o que eleva os custos da obra. “A construção de 60 quilômetros em um novo traçado eliminaria esse problema, pois seria necessário desapropriar a terra e não a casa, e a nova estrada poderia ser concedida à iniciativa privada, enquanto a antiga ficaria como opção”, diz Aguiar. Ele salienta que com uma nova estrada seria possível trabalhar sem interromper o tráfego.

Fonte: Jornal Estado de Minas