Nota de Repúdio ao Aumento do IOF


A FETCEMG – Federação das Empresas de Transportes de Cargas e Logística do Estado de Minas Gerais, entidade que representa o setor nos 853 municípios mineiros e atua na defesa de seus interesses nas esferas municipal, estadual e federal, manifesta sua preocupação e repúdio ao recente aumento das alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), anunciado pela equipe econômica do governo federal em 23 de maio.

Essa elevação – que mais do que dobrou a alíquota do IOF sobre financiamentos, saltando de 1,88% para 3,95% em menos de oito horas de vigência – impacta de forma severa o transporte rodoviário de cargas, responsável por mais de 65% da movimentação de mercadorias no Brasil. Trata-se de um setor estratégico para a logística nacional, já sujeito a elevados custos operacionais, que será duramente atingido pela medida, especialmente nas iniciativas de renovação de frota, aquisição de caminhões, peças, pneus, modernização de processos e adoção de tecnologias sustentáveis.

A medida penaliza ainda mais as pequenas e médias transportadoras, que não têm acesso a linhas de crédito incentivadas como o FINAME (Fundo de Financiamento para Aquisição de Máquinas e Equipamentos), isento do aumento. Além disso, a alta do IOF encarece o crédito para capital de giro (adiantamento de recebíveis), ferramenta essencial para a sustentabilidade financeira das empresas de transporte, que já operam com margens reduzidas e enfrentam longos prazos de pagamento.

Os impactos diretos dessa decisão incluem o aumento dos custos operacionais, o repasse de preços ao consumidor final e o desestímulo à renovação de frotas – em um momento em que o país deveria incentivar a modernização, a eficiência e a redução das emissões no transporte.

O aumento do IOF contraria o desenvolvimento logístico e prejudica a competitividade nacional. Em vez de estimular o investimento produtivo, a medida cria um obstáculo adicional para milhares de transportadoras que mantêm o Brasil em movimento.

A FETCEMG defende que eventuais ajustes tributários sejam discutidos com base em critérios técnicos, considerando a política monetária, as condições de mercado e os impactos na competitividade e no desenvolvimento do setor produtivo nacional. Reforçamos nosso apoio às demais entidades do setor – ente elas a Confederação Nacional do Transporte (CNT) - no pedido de revogação imediata da medida e destacamos que o transporte precisa de crédito mais acessível, redução da carga tributária, segurança jurídica e um ambiente de negócios favorável para continuar cumprindo seu papel fundamental na economia brasileira.

 

- Confira a análise da CNT – Confederação Nacional do Transporte sobre o impacto do aumento do IOF: https://cdn.cnt.org.br/diretorioVirtual/cbbdc0a4-4d0c-403c-ab2e-4ad092db2dc6.pdf