Mundial de futebol no Brasil


A Copa começou em meio a sentimentos antagônicos. O que foi alegria unânime há sete anos se transformou no coração de alguns em tristeza e revolta, mas é sempre preciso termos a condição de fazer uma análise tranquila e ter atitudes condicentes as de cidadãos brasileiros, com direitos e obrigações.

A realização da competição no país agora é uma realidade irreversível, portanto, não é momento de ser contra ela. Devemos nos unir para tirar para o brasileiro o melhor proveito possível. Manifestar é direito de todo cidadão. Depredar o patrimônio alheio, seja ele público ou privado, não é direito de ninguém.

Se não é unanimidade, com certeza absoluta é consenso na grande maioria, que os direitos constitucionais da garantia de imagem e moralidade foram um grande avanço. Devemos entender que ninguém pode ofender a imagem do brasileiro —bem maior. Lutar contra esse evento esportivo neste momento é agir para deteriorar a imagem do Brasil, prejudicando a possibilidade de alavancarmos recursos com a exploração do turismo, uma atividade que não poliu e gera muita riqueza.

Se parte da população é contra a realização do torneio deveriam ter se manifestado na ocasião da escolha dos países. Bastava algumas poucas manifestações contrárias para a organizadora do campeonato escolher outro, entre os diversos países candidatos. Não me lembro de ninguém manifestar contra naquela ocasião, muito antes pelo contrário, houve comemorações, portanto, não cabe agora fazer manifestação para o que é impossível mudar.

Se existe insatisfação com a forma de construir arenas, com o não cumprimento das obras de mobilidade, melhor que estragar a imagem do Brasil —vitrine do mundo neste momento— é expor a indignação, sempre de forma ordeira, na campanha eleitoral e principalmente nas eleições, tirando do poder aqueles que não cumpriram os compromissos e aí sim fazendo um ato de cidadania para termos um Brasil melhor.

De forma consciente, não podemos dizer que não ficará nenhum legado, pois não tínhamos uma casa de espetáculo como o Mineirão, que já possibilitou vermos shows nunca antes ocorridos em território mineiro, como Elton John e Paul McCartney, dentre outros. Se o aeroporto de Confins não teve as reformas concluídas, o acesso ficou pronto e melhorou muito. Melhor sorte tiveram Brasília e Cumbica que foram privatizados há mais tempo e tiveram as obras finalizadas. O BRT já roda em alguns corredores e deverá ser concluído ainda neste ano. Houve uma grande melhoria nos equipamentos de nossas polícias, tanto da forma técnica quanto material e isso ficará para o povo brasileiro.

Esperávamos mais, muito mais e gastando muito menos, mas não podemos dizer que não ficará nada, algum legado teremos, e se formos bons acolhedores podemos garantir o grande legado de divulgar as qualidades de Minas Gerais, aumentando o fluxo de turistas que gera empregos e riquezas.

Vamos aproveitar esse grande evento esportivo para torcer pelo Brasil, pois alegria faz bem para a vida e à saúde, e nada melhor do que sermos hexacampeões. Nos intervalos, aproveitamos para refletir e aprender a agir como verdadeiros cidadãos que querem um Brasil sempre melhor. Para isso, é preciso ter atitude na próxima campanha eleitoral e escolher o melhor candidato para levar nosso país a um crescimento sustentável com verdadeira justiça social.

Vander Francisco Costa, presidente da Federação das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais