MOTORISTA NOTA 10: “NÃO CONSIGO ME VER FAZENDO OUTRA COISA”


Quando estava no colégio, em sala de aula, Adenilson Rodrigues de Souza tinha um desejo para o seu futuro – trabalhar com aquilo que lhe dava prazer. “Desde pequeno eu sempre quis ser caminhoneiro”, revela o motorista de 45 anos. Aos vinte realizou este sonho. Foi em 1993, quando teve sua primeira carteira assinada como profissional.

Funcionário da Transvalente Logística há sete anos, Adenilson se mostrou surpreso e grato ao ser indicado pela empresa para o Motorista Nota 10. Isso porque, segundo ele, o quadro de funcionários é composto por centenas de profissionais.

Feliz pelo reconhecimento, ele volta às suas origens para explicar este momento. “Eu aprendi, desde pequeno, com o meu pai a procurar fazer tudo bem feito. Ele dizia ‘você tem que ser bom funcionário perto e longe do encarregado’. Guardo isso comigo”, relembra.

Ele explica que cuida do caminhão e dirige com responsabilidade. Proativo, sempre está pronto para atender a empresa. “Viajo e não invento desculpas”, afirma. Segundo conta, os motoristas novatos sempre o procuram para trocar experiência e pedir conselhos. “Tenho bom relacionamento com todos, desde os porteiros até os meus chefes. ‘Por favor’ é uma palavra que eu uso”, frisa. “As pessoas dizem que sou paciente e tranquilo. Mas isso aprendi com a vida”, observa. “Em todo setor existem maus profissionais, porque muitos deles estão no lugar errado, não se encontraram. Quantas pessoas trabalham naquilo que não querem?”, indaga.

FAMÍLIA


Nascido e criado em Belo Horizonte, este MOTORISTA NOTA DEZ reside, desde 2013, na cidade de Esmeraldas com a esposa Aliandra Soares da Silva, de 30 anos, e o filho do casal, de quatro.

Adenilson brinca ao dizer que, pela sua esposa, ele já tinha parado de realizar viagens. “Ela é a que mais sente a minha falta (risos). Mas ela fica preocupada. A rotina não é fácil e existem perigos na estrada”. Casados há quatro anos, ele vive essa rotina de viagens há seis. Sua rota é São Paulo- Rio de Janeiro, Bahia-São Paulo. Chega a ficar até 12 dias longe de casa. Faz transporte de produtos químicos. Ele admite não gostar de rotina, por isso a estrada é a sua paixão. Gosta de conhecer novos lugares, pessoas e culturas.

O caminhoneiro conta que a parte mais difícil neste contexto, é sair de casa para realizar as viagens a trabalho, porque bate uma saudade. “No olhar você sente. Mas tenho que ir para buscar o sustento da família. Não é fácil. Depois que eu caio na estrada, eu embalo. Mas na volta para casa é que é mais gostoso”, afirma.