Mais uma reunião sem nenhum resultado prático
O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, foi ontem à Brasília discutir as desapropriações das famílias que vivem às margens do Anel Rodoviário e da BR-381. Essa foi a sétima reunião desde 2011, e, mais uma vez, nenhuma decisão prática foi tomada.
Lacerda se encontrou com o diretor geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Jorge Fraxe. Também participaram do encontro representantes da Defensoria Pública da União e os prefeitos de Santa Luzia e Sabará, ambas na região metropolitana de Belo Horizonte.
Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, a reunião não teve nenhuma definição prática e foi apenas uma discussão técnica sobre a política de assentamento das famílias. Desde 2011, já foram ao menos sete reuniões para discutir apenas o Anel, mas, até agora, nem o contrato para execução do projeto executivo foi assinado. Nesse período, a rodovia já registrou 6.359 acidentes, com 64 mortes e 2.162 feridos.
Para a revitalização do Anel, é necessária a retirada de cerca de 3.000 famílias. De concreto, há apenas um contrato entre o Dnit e a prefeitura para o início do cadastro das 900 casas no trecho entre o viaduto da Cristiano Machado e a BR-381. A assinatura do acordo foi feita no mês passado, e o valor investido será de R$ 75 milhões. Em Santa Luzia e Sabará será feita a remoção de 500 famílias.
Histórico. A discussão da reforma do Anel se arrasta há anos. Em 2010, a licitação da obra chegou a ser iniciada, mas o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou superfaturamento no projeto doado pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), e o Dnit desistiu da proposta.
O consórcio que vai executar o novo projeto executivo já foi definido, mas o contrato só deve ser assinado nos próximos dias. O consórcio terá 15 meses para entregar o documento. Só então começa o processo licitatório das obras. Para elaborar o projeto. ele receberá R$ 15,5 milhões.
Fonte: Jornal O Tempo
Foto: Divino Advincula/PBH