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Poucos setores vêm refletindo de forma mais clara os avanços da economia brasileira, na última década, como o da construção civil. O segmento foi um dos que mais contribuíram com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no período. Sua fatia na geração de riquezas saltou de R$ 67,2 bilhões, em 2002, para R$ 213,4 bilhões, no ano passado, de acordo com relatório da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC). “O setor de construção vive seu melhor momento”, afirma a diretora de projetos e estudos de mercados da consultoria All Consulting, Simone Escudêro. “E a expectativa é de que o mercado siga aquecido até, pelo menos, 2018.”
O otimismo, de acordo com a especialista, está atrelado a fatores que vão desde a realização de megaeventos, como Copa do Mundo e a Olimpíada, até a necessidade de dar conta da demanda dos setores de petróleo e energia. Outro fator que vem favorecendo as empresas de construção civil é a política de concessão e privatização de parte da infraestrutura de transportes, estradas e aeroportos, por exemplo, administrados por Estados e União. Esse componente, de acordo com Simone, foi fundamental para que o setor reduzisse sua dependência em relação às obras governamentais, cujo pagamento, no passado, nem sempre acontecia no período pactuado no contrato, o que colocou muitas empresas em uma situação delicada.
Muitas delas, inclusive, tiveram de buscar o mercado externo para equilibrar as contas. Mas a situação hoje é totalmente diversa da vivida nas décadas de 1980 e 1990. E uma das empresas que vêm se beneficiando dessa maré positiva é a catarinense Setep Construções, campeã do ranking setorial de AS MELHORES DO MIDDLE MARKET. Baseada em Criciúma, no sul de Santa Catarina, a empresa apresentou números robustos em 2012. No ano passado, sua receita saltou 40% em relação a 2011, saindo de R$ 147,9 milhões para R$ 206,6 milhões.
O lucro líquido do período foi ainda melhor e avançou 85% sobre o ano anterior: de R$ 13,1 milhões para R$ 24,3 milhões. Boa parte desse desempenho se deve às obras realizadas em diversas rodovias estaduais, além da construção e implantação da praça de pedágio na altura do km 220,9, da BR-101, em Palhoça. Os gestores da Setep também fizeram o dever de casa. Fundada em setembro de 1970, a construtora optou pela verticalização por meio da aquisição de empresas em áreas estratégicas como a H. Locks Construções, de Tubarão (SC), especializada em terraplenagem. Na sequência, começou a atuar com serviços de pavimentação de vias, produzindo todas as matérias-primas necessárias para a execução dos serviços, como brita e asfalto usinado a quente.
Fonte: IstoÉ Dinheiro [caption id="attachment_7025" align="aligncenter" width="300"] Foto: Arquivo[/caption]