Mais atenção para a BR-381
Nos últimos dias, a novela da BR-381 ganhou mais um capítulo. Em uma medida um tanto quanto desesperada para evitar nova greve de caminhoneiros autônomos, o governo anunciou R$ 2 bilhões para a conclusão e manutenção de seis rodovias em todo o país - entre elas, a nossa 381.
Pois bem, a Confederação Nacional do Transporte, em sua mais recente edição da Pesquisa CNT de Rodovias, diz que a necessidade imediata é de R$ 48 bilhões para manutenção e de mais R$ 566,6 bilhões em obras de ampliação e modernização da infraestrutura rodoviária do país.
Embora de alto apelo social, o valor anunciado pelo governo não contempla a urgência de fundamental investimento para a infraestrutura nacional. Enquanto isso, a via, infelizmente conhecida como ‘Rodovia da Morte’, segue com suas obras de duplicação que mais parecem ser feitas a “pás e picaretas” praticamente paradas ou seguindo a passos lentos.
Quando falamos de BR-381, falamos de anos a fio de obras intermináveis, de ações paliativas que não resultam em nada, de apenas 2,1 km - de 303 km previstos - concluídos. Como pode, um país que quer crescer, não dar a atenção devida à sua infraestrutura? Toda verba para obras na 381 é necessária, mas o povo mineiro, e também o brasileiro, merece mais.
Quando falamos de BR-381, falamos do principal acesso rodoviário entre o Sudeste e o Nordeste brasileiro, por ser via de acesso à BR-116. Falamos de uma rodovia onde se encontram duas das maiores usinas siderúrgicas do país. Falamos de uma forte indústria metalmecânica e de uma robusta cadeia de produtos siderúrgicos, além de diversas outras atividades industriais e econômicas de importância, sendo desnecessário explicar os motivos para que as condições de trafegabilidade precisam ser melhoradas para facilitação de abastecimento e escoamento da produção. Falamos de grande parte da economia mineira e da produção do nosso parque industrial que por lá passam.
É preciso entender que, assim que derem a devida atenção à rodovia e às suas necessárias obras de duplicação, a BR-381 consolidará sua vocação de ser, mais que uma via de escoamento de cargas e de preciosos commodities, mas uma rota de desenvolvimento que possibilitará a atração de negócios não apenas para Minas Gerais, mas para o Brasil.
Gladstone Lobato – presidente do Setcemg