Interior de Minas sofre com atrasos e falta de combustível


Donos de postos temem por oferta de gasolina no período de Carnaval Postos de combustível de várias cidades de Minas estão com dificuldade para comprar combustíveis, com destaque para a gasolina. Passado o auge do consumo, em dezembro passado, quando a venda cresce em média 20% frente aos demais meses, o varejo que comercializa o produto em Caratinga (região Leste), Ipatinga (Vale do Aço), Sete Lagoas (Central) e Paracatu (Noroeste) ainda convive com as restrições de quantidade e atrasos na entrega do produto. E há alguns casos de falta. "Ainda há dificuldades para adquirir combustível", confirma o diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro) em Caratinga, Carlos Roberto de Sá. Ele conta que um dos seus postos ficou sem etanol no dia 9 deste mês: "Na semana anterior chegou a faltar também a gasolina tipo S10. Tem época que chega a faltar um ou outro produto". De acordo com ele, o abastecimento em vários postos da cidade ficou comprometido no final do ano passado, quando faltou gasolina. "Postos ficaram horas sem o produto. Atualmente, a situação melhorou, mas ainda há restrição de carregamento", frisa. A situação só não está mais complicada em razão das férias, já que boa parte do consumo no interior do Estado se desloca para o litoral. Há receio com relação ao ritmo das entregas para o período do Carnaval. "Estamos na expectativa. Em dezembro, com as festas de final de ano, não chegou a faltar produto, mas os pedidos foram racionados", observa o diretor do em Ipatinga, Marco Antônio Alves de Magalhães.

Ele conta que os atrasos na entrega de gasolina foram mais intensos no começo do primeiro mês do ano. "Na segunda quinzena deu uma normalizada. Afinal, o consumo reduz na cidade e se desloca para o litoral", diz. Magalhães recorda de um posto no município no final de 2012 que não recebeu o combustível. "Só não faltou porque eles tinham estoque". O diretor do sindicato em Sete Lagoas, Wellington Luiz do Carmo, conta que ainda existe um pouco de dificuldade para comprar o produto. "O problema é que os pedidos estão atrasando e isto se deve às refinarias que não estão dando conta de repassar o produto para as distribuidoras". Em Paracatu, o proprietário de postos de bandeira branca na região, José Rabelo Júnior, diz que há muita reclamação sobre os atrasos na entrega na regional do Minaspetro. "Tivemos problemas sérios para encontrar combustível no final do ano passado, tentei comprar em Montes Claros, Betim, e só consegui em Brasília. Como a região Sudeste é a que mais consome, acaba acontecendo situações como essa".

Postos buscam em outros Estados
Para tentar encontrar combustível a um preço mais em conta ou, pelo menos, garantir o abastecimento, donos de postos de bandeira branca (que não tem contrato de exclusividade com a distribuidora) procuram comprar o produto de outros Estados, como Rio de Janeiro e São Paulo. Rogério Cunha Coelho, sócio do Posto Beira Rio, em Governador Valadares, ressalta que o ICMS do Rio é mais barato do que o cobrado em Minas. "A maioria dos postos da cidade compra diesel no Estado vizinho", diz. Ele conta que em 2012 a cidade não sofreu com desabastecimento e que costumam acontecer alguns pequenos atrasos na entrega do produto. O diretor do Minaspetro de Poços de Caldas, Fábio Aguinaldo da Silva, conta que compensa comprar combustível em Paulínia (SP) pelo frete, que é de duas a três vezes menor que o cobrado para Betim, na Grande BH. Em Juiz de Fora, 90% dos 70 postos da cidade adquirem combustível de Duque de Caxias (RJ), segundo o diretor do Minaspetro na região, Carlos Alberto Lima Jacometti. "Isso acontece desde a época da reforma da refinaria Gabriel Passos. Não é uma decisão do posto que é de alguma bandeira. É a distribuidora que determina", diz. (JG)

Fonte: Jornal O Tempo