Insegurança nas estradas é a principal preocupação de caminhoneiros


No mês em que é celebrado o Dia do Caminhoneiro, dado aparece em pesquisa recente da Confederação Nacional do Transporte (CNT)

Vencer o medo de ser vítima de quadrilhas e ter a carga e o veículo roubados, e ainda ter que trafegar por estradas que desafiam a habilidade ao volante, colocando em risco a própria vida e a de terceiros pela falta de conservação das vias. Esse cenário de insegurança faz parte da rotina do caminhoneiro brasileiro, sendo para 6 em cada 10 desses profissionais o principal entrave colocado por essa ocupação. É o que revela a Pesquisa CNT Perfil dos Caminhoneiros 2016 – realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT).

Ainda segundo a entidade, em outro levantamento realizado, 61,1% da movimentação de carga no país é feita via transporte rodoviário, o que torna esse modal ainda mais visado por quadrilhas especializadas no ataque aos caminhoneiros. Estudo do Sistema Firjan mostra que entre 2011 e 2016, o país contabilizou 97.786 roubos de carga. Somente em 2016, das 22,5 mil ocorrências, 19,7 mil estiveram concentradas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Esses registros colocam a nação como a 8ª mais perigosa para o transporte de carga no mundo.

Preocupações

Indo além da violência urbana que invade as estradas, a insegurança ganha outro elemento de preocupação: as más condições das rodovias brasileiras e o consequente risco de envolver-se em acidentes. No país, apenas 12,3% das estradas (equivalente a 211.463 quilômetros) são pavimentadas, em meio a 1.720.756 quilômetros de malha rodoviária nacional, salienta a CNT. O estudo da Confederação revela ainda que 58,2% das rodovias têm alguma deficiência na pavimentação, sinalização ou geometria, sendo classificadas como regulares, ruins ou péssimas.

O profissional que trabalha com veículos de transporte pesado precisa passar por constante capacitação para que esteja sempre atento e consciente da responsabilidade de conduzir pelas estradas brasileiras e os riscos inerentes a essa atividade. Nesse contexto, o apoio da tecnologia, presente no simulador de direção para o transporte pesado, por exemplo, é um importante auxiliar. Isso porque nele é possível vivenciar a condução em cenários extremos. Inclusive, já vem sendo uma realidade no treinamento oferecido por entidades como SEST SENAT”, explica Sheila Borges, especialista em simuladores de direção e diretora de produtos da ProSimulador, empresa especializada em desenvolvimento de simuladores de direção.


Cursos

O SEST SENAT aplica cursos gratuitos com o uso da ferramenta e pretende capacitar 50 mil motoristas profissionais nos próximos três anos. O equipamento voltado ao transporte pesado atende motoristas com Carteira Nacional de Habilitação (CNH) nas categorias C, D e E, que trabalham com micro-ônibus, ônibus rígido urbano, rígido rodoviário, urbano articulado, urbano biarticulado, caminhão rígido com plataforma e baú, além de cavalo mecânico com um ou dois reboques.

De acordo com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), dos 93,3 milhões de veículos em circulação no país, cerca de 6 milhões são de unidades que se enquadram nesses modelos.


Perfil do caminhoneiro brasileiro

A Pesquisa CNT Perfil dos Caminhoneiros 2016 também mostrou que a jornada média de um caminhoneiro no Brasil é 11,3 horas diárias, percorrendo ao final de um mês cerca de 10 mil quilômetros. Além disso, revelou que esse profissional tem idade média de 44,3 anos, estando há 18 anos nessa profissão, conduzindo uma frota com cerca de 13,9 anos e tendo uma renda mensal média de R$ 3,9 mil.


Fonte: Cargo News