Indústria mineira apresenta retrocesso
O nível de produção da indústria mineira apresentou o pior resultado do ano, ficando em 40,4 pontos em abril. Nos meses anteriores, os resultados alcançados foram 55,3 pontos em março; 42,2 em fevereiro; e 43,2 em janeiro. Com relação a abril de 2016 - que apresentou 42,6 pontos - também houve retração. Os dados da Sondagem Industrial, divulgados ontem pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), indicam que “o baixo dinamismo da atividade econômica continua”.
De acordo com a economista da Fiemg, Annelise Rodrigues Fonseca, a retração era esperada devido ao impacto do fator calendário, já que abril teve dois feriados importantes: Semana Santa e Tiradentes. O indicador da sondagem varia no intervalo de 0 a 100, sendo que valores acima de 50 indicam crescimento.
Segundo a economista, num curto prazo é esperada uma moderação da produção, com possível estabilização ainda abaixo dos 50 pontos, já que a sondagem também apontou utilização da capacidade efetiva abaixo da usual para o mês, além do aumento de estoques pelo terceiro mês consecutivo. Por outro lado, os empresários esperam, para os próximos seis meses, o aumento da demanda.
Annelise Fonseca ressalta que a pesquisa foi realizada entre os dias 2 e 12 deste mês e não reflete os possíveis impactos da recente crise política desencadeada após as delações dos empresários da JBS, envolvendo o presidente Michel Temer (PMDB) e o senador Aécio Neves (PSDB).
A Sondagem Industrial revelou que o indicador de utilização da capacidade efetiva em relação ao usual ficou em 34,4 em abril, também tendo sofrido a influência dos feriados. Em março, o índice ficou em 40,4 pontos. Na comparação anual houve melhora, já que em abril de 2016 o indicador foi de 32,7.
Já o indicador de emprego, que não sofre a influência do calendário, não mostrou grande variação com relação ao mês anterior, mantendo tendência de melhora. Em abril de 2017, foi de 48,3 pontos, enquanto março foi de 48,2. Em abril de 2016, esse índice foi de 44,5.
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Estoques elevados - O indicador de estoque de produtos finais ficou em 53,2 pontos em abril, aumentando 1,8 ponto em relação a março. É o terceiro mês consecutivo que apresenta alta. Já o índice de estoque efetivo/planejado – mede a adequação do nível de estoques aos planos da empresa – ficou em 52,5, mantendo-se relativamente estável na comparação com março (52,6 pontos). “Esse resultado sugere que as empresas, em média, encerraram o mês com acúmulo indesejado de estoques”, aponta o relatório.
Quanto à expectativa para os próximos seis meses, a pesquisa mostrou que os empresários aguardam aumento da demanda e das exportações. Entretanto, a economista Annelise Fonseca ressalta que os índices, devido à crise política, podem ter variações importantes nas próximas medições. “A pesquisa atual não reflete esse novo cenário político”, informa.
A pesquisa mostrou que a expectativa dos empresários quanto ao aumento da demanda por seus produtos, nos próximos seis meses, registrou 54,7 pontos em maio de 2017, com elevação de 8,4 pontos na comparação com o mesmo mês de 2016. No mês anterior, o índice foi de 55,9.
Com relação à expectativa sobre a quantidade exportada nos próximos seis meses, o resultado foi de 53,2 pontos em maio. O indicador voltou ao patamar otimista, após ficar abaixo da linha dos 50 pontos (48,8) no mês anterior. Os empresários estimam aumento nas compras de matérias-primas, como aponta o indicador de 51 pontos em maio de 2017.
O indicador de expectativa de emprego registrou 49,1 pontos, mostrando redução menos intensa. Esse foi o maior valor para o índice desde março de 2014.
Quanto à intenção de investimento para os próximos seis meses, o índice foi de 45,5 pontos em maio, um recuo de 2,6 pontos em relação a abril. Com relação ao mesmo mês do ano passado, houve melhora: em maio de 2016, o índice foi de 41,8.
Fonte: Diário do Comércio