Índice que mede a equidade no setor aponta leve avanço das empresas em 2025


 
 
 

Uma live foi realizada pelo canal do Vez & Voz no Youtube, ontem pela manhã (10), para apresentar os dados do Índice de Equidade do setor de transporte rodoviário de cargas (TRC) de 2025. O levantamento foi encomendado pelo Movimento Vez & Voz e o SETCESP ao IPTC (Instituto Paulista do Transporte de Cargas).

A coordenadora do movimento, Camila Florencio, lembrou durante a transmissão que o relatório foi criado em 2022, visando medir as políticas e ações das empresas em relação à presença de profissionais mulheres nas transportadoras. O Índice considera sete pilares de atuação por parte das transportadoras:
 
  • assédio,
  • diversidade,
  • funções e nível hierárquico,
  • programas e benefícios,
  • recrutamento e seleção,
  • treinamento e capacitação, e
  • violência doméstica.
 

“Muitas vezes me perguntam por que falamos sobre violência doméstica se não é algo que podemos resolver diretamente na empresa. Quero mais uma vez esclarecer e propor uma reflexão: 98% das vítimas de violência doméstica são mulheres — e essas mulheres podem estar dentro das nossas organizações. Por isso, é fundamental que estejamos atentos a sinais sutis de comportamentos que possam indicar situações como essas. Com um olhar sensível e acolhedor, podemos ser a ponte para que essas mulheres, vítimas de violência doméstica, encontrem apoio e consigam romper com esse ciclo”, falou a coordenadora.

Ricardo Henrique, analista de dados do IPTC, explicou que o levantamento é feito a partir de um questionário respondido pelas transportadoras, com assuntos relacionados a políticas, cultura, ocupação e liderança. Os resultados são aplicados a uma metodologia que usa sistema de faróis no qual as cores indicam:
 
  • Verde, que a empresa é uma inspiração – nota acima de 90
  • Amarelo, que está no caminho certo – nota entre 66 e 90
  • Laranja, que tem iniciativas, mas pode melhorar – nota entre 51 e 65
  • Vermelho, que precisa rever alguns conceitos – nota abaixo de 50
 

A pesquisa foi realizada de 20 de janeiro a 05 de março de 2025. E, além de trazer um panorama do setor, entrega um relatório individual a cada empresa participante para que a mesma possa avaliar sua situação diante do cenário.

“O material serve para que a organização veja onde está sua posição no ranking e encare isso como uma oportunidade de melhorar”, conta Ricardo.
No geral, o relatório revelou que as empresas melhoraram 15% nos pilares de nível hierárquico e programas e benefícios. Entretanto, houve melhoras pouco significativas em diversidade, treinamento e capacitação.
 
Outro pilar que se destacou foi o de assédio, no qual houve o avanço de 12% em relação ao ano anterior. “Assédio é um tema que começamos a discutir desde o início do movimento Vez e Voz, mesmo antes de haver a obrigatoriedade por lei, para que a empresas adotassem programas de prevenção e combate”, comentou Florencio. Neste ano, 86% das empresas declararam ter programas de conscientização e 81% possuem políticas definidas para tratar situações de assédio.
 
Ano passado, o setor foi avaliado com nota 40 em uma escala que vai até 100. Este ano a nota foi de 50. Em 2024, só 2% das empresas se classificaram na cor Amarela (caminho certo). Neste ano, o dobro de empresas ficou neste patamar. 
 
"Ainda temos muito o que fazer, mas também precisamos comemorar esse avanço significativo de 10 pontos. Programas e benefícios englobam, por exemplo, as políticas de maternidade que, aliás, é um fator considerável para a saída de mulheres do mercado. O que podemos perceber é que as empresas também estão tendo um olhar efetivo para esse momento da vida da profissional”, ponderou Camila.
 
 
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