Implantação de rotativo é suspensa
Alteração nas vagas causaria prejuízos ao comércio e ao consumidor, argumenta CDL-BH
A Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) suspendeu, por tempo indeterminado, a implementação do sistema rotativo para operações de carga e descarga de mercadorias em Belo Horizonte, que começaria a vigorar este mês. A interrupção do projeto ocorreu em resposta à solicitação da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), que em parceria com outras entidades vai elaborar uma nova proposta para a melhor utilização das vagas de carga e descarga da capital mineira.
De acordo com o vice-presidente da CDL-BH, Marcos Innecco, a entidade encaminhou um ofício à BHTrans no fim do ano passado argumentando sobre os prejuízos que o comércio da cidade sofreria com a prática do projeto. Segundo ele, a medida causaria não só prejuízo para o comércio da cidade, como implicaria em danos também ao consumidor, já que o repasse do aumento dos custos seria inevitável. "Além disso, não resolveria o problema de aumento da rotatividade e disponibilidade de vagas na cidade, porque elas já são ocupadas por veículos particulares. O que mudaria o comportamento seria a fiscalização mais forte e maior nas áreas de carga e descarga para que os veículos particulares não utilizem de forma irregular", explica. Para ajudar a reverter o cenário, conforme Innecco, a CDL-BH vai se unir à própria BHTrans e outras entidades dos setores de comércio e transporte de cargas para avaliar possíveis soluções que possibilitem o aumento do espaço voltado para o carregamento e descarregamento de mercadorias na Capital. Uma das alternativas, de acordo com vice-presidente, seria a adoção de um mecanismo eletrônico para a fiscalização do órgão de trânsito da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). "A fiscalização imediatamente já elimina parte do problema, mas a BHTrans não tem efetivo para rodar a cidade inteira. Por isso, vamos estudar essa tecnologia como forma de tornar o processo eletrônico e tentar resolver o problema", diz. O presidente da Federação das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais (Fetcemg), Vander Francisco Costa, comemorou a decisão. Para ele, o principal risco da implantação do sistema de rotativo para o setor estaria no aumento dos custos e no conseqüente repasse à população.Costa argumenta que medidas que proíbem o trânsito de caminhões são formas que pouco trazem soluções e que somente onera o produto e/ou serviço. "A partir do momento que for aberto a carros de passeio o estacionamento neste tipo de vaga, os empresários do setor de transportes vão trocar seus caminhões por veículos de menor porte. Assim, em vez de ter um caminhão de quatro toneladas na rua, o empresário terá quatro de uma tonelada cada. Isso só vai prejudicar ainda mais a mobilidade urbana da cidade", exemplifica. A ideia da BHTrans era de implantar o novo sistema primeiramente no hipercentro e depois, em uma escala regional que cobriria todas as regiões da cidade até julho. O sistema de rotativo funcionaria nos dias úteis das 8h às 18h. Aos sábados de 8 às 12h ou livre em alguns locais. Aos domingos e demais horários seria sempre livre.Fonte: Jornal Diário do Comércio