Imersão Indústria debate biocombustíveis, descarbonização e mobilidade sustentável


A sustentabilidade é um dos temas mais desafiadores e recorrentes nas discussões sobre o desenvolvimento industrial atualmente. Entre os setores em que esse tema ganha maior relevância está o da mobilidade, devido à sua significativa contribuição para as emissões globais de carbono. Não por acaso, a mobilidade sustentável foi um dos tópicos abordados no painel “Biocombustíveis: Mobilidade Sustentável na Era da Descarbonização”, apresentado nesta terça-feira (1º/10), durante a segunda edição anual do Imersão Indústria, que acontece até o dia 3 de outubro, no Minascentro, em Belo Horizonte.

O painel contou com a participação de João Irineu Medeiros, vice-presidente de Assuntos Regulatórios da Stellantis para América do Sul, e Henrique Mendes de Araújo, diretor de Relações Institucionais e Governamentais da Copersucar e representante do Acordo de Cooperação Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil (MBCB), e teve como mediador a Mário Campos, presidente da SIAMIG Bioenergia.

Abrindo o painel João Irineu apresentou o cenário atual de emissões de carbono em vários países e os compromissos assumidos pela Stellantis com o objetivo de reduzir as emissões de toda a sua cadeia produtiva na América Latina. “A cada 3 carros vendidos no Brasil um é da Stellantis e isso aumenta muito nossa responsabilidade do ponto de vista da descarbonização porque sai CO² pelo escapamento do carro, sai CO² para produzir o carro e sai CO² para reciclar o carro. Então, CO² sai na cadeia completa do carro, então tudo que falamos aqui é do berço ao túmulo”, disse. 

Em seguida, ele completou anunciando a meta da Stellantis: “A Stellantis é um grupo recentemente formado em 2021 por duas empresas muito antigas: a Fiat Crhieler e a Peugeot Citroen e em 2021 fizemos um inventário de carbono do nosso negócio no mundo inteiro. E a partir desse inventário de carbono, feito do berço ao túmulo, a gente definiu como contribuição para a descarbonização a redução das emissões de carbono em 50% até 2030 e net zero em 2038”, afirmou.

Esse plano prevê o investimento de R$ 32 milhões e inclui diversas iniciativas já aprovadas e em curso e, no Brasil, passa pela utilização de etanol, veículos híbridos, veículos elétricos, além de projetar o carro com materiais verdes; energia limpa na produção dos cerca de 4.000 componentes do carro; otimização das rotas logísticas para trazer os componentes para as fábricas e levar os carros aos concessionários; substituição do diesel utilizado nesse transporte pelo biometano ou gás natural; processos mais eficientes; estímulo do uso do etanol; e economia circular por meio do incremento à reciclagem de aço, alumínio e plástico. “Ainda com isso tudo, faltariam 10% pra gente mitigar todas as emissões até 2038 porque falta tecnologia e conhecimento para isso. Então, vamos capturar CO², de forma natural ou de forma artificial”, ressaltou.

Na sequência, Henrique Mendes de Araújo apresentou o recém-criado Acordo de Cooperação Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil (MBCB), cujo o objetivo é “promover a transição para uma mobilidade de baixo carbono no setor de transportes do Brasil, respeitando a neutralidade tecnológica e estimulando a neoindustrialização”. 

A iniciativa reúne todos os produtores de bioenergia do Brasil e toda a cadeia da mobilidade já se reuniu com o governo federal e demais poderes visando “liderar a transição energética nos transportes, aproveitando seus recursos naturais e sua experiência em biocombustíveis”. “Quase 5% do PIB brasileiro está representado nesse movimento”, destacou Henrique. Ele apresentou ainda um estudo elaborado pelo movimento e que traz os impactos socioeconômicos da transição energética na mobilidade. 

O Imersão Indústria é realizado pela FIEMG, SESI e SENAI, com patrocínio máster da ArcelorMittal, Codemge, CNI e Vale; apoio máster do SEBRAE; patrocínio ouro da Herculano Mineração, Gerdau, Eletrobras, Schneider Eletric; patrocínio prata do Sicoob Credfiemg, Copasa, CBMM, Souza Cruz/BAT Brasil, USIMINAS e Nanum Nanotecnologia; e apoio do BDMG, Localiza, Bemisa, Sambatec, FAEMG e Fecomércio.

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Thaís Mota
Imprensa FIEMG