Greve de caminhoneiros já prejudica as empresas
Autônomos paralisaram rodovias ontem .
A greve dos caminhoneiros autonômos que paralisou o transporte de cargas nas principais rodovias do Estado já impacta o setor produtivo. A Fiat Automóveis S/A (Fiasa) confirmou que a planta em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), foi afetada. De acordo com transportadores, a partir de hoje poderão ocorrer problemas no abastecimento de combustíveis e alimentos. Os organizadores dos bloqueios de rodovias em Minas Gerais reivindicam redução de tributos no óleo diesel e do valor do pedágio para veículos de carga e a aprovação do projeto de lei pelo Congresso que aprimora a Lei do Motorista (Lei nº 12.619/12). Em nota, a Fiat informou que a produção de ontem foi prejudicada por retenções no tráfego na BR-381 (Fernão Dias), que resultaram no atraso do fornecimento de componentes e autopeças. "A empresa está verificando, internamente, alternativas na busca de soluções para o problema", diz o comunicado. A companhia, que produz cerca de 3 mil veículos diariamente, trabalha no sistema just in time, que compreende a entrega dos componentes de acordo com a necessidade da linha de produção, mantendo poucos produtos em estoque. Em abril, a Fiat já havia anunciado que deixou de faturar R$ 63 milhões devido à interdição da BR-381 (Fernão Dias), por cerca de quatro horas, em decorrência de um acidente. Cerca de 800 veículos deixaram de ser produzidos, o que contabilizou prejuízo de cerca de R$ 24 milhões. Os demais R$ 39 milhões referem-se às perdas com a montagem incompleta de outras 1,3 mil unidades. Desta vez, a companhia ainda não informou qual foi a dimensão do prejuízo em função da paralisação de ontem no tráfego da rodovia. As transportadoras irão também contabilizar perdas por conta da greve, de acordo com o presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de Minas Gerais (Fetcemg), Vander Francisco Costa.Até ontem, segundo ele, não foram verificados problemas de abastecimento, mas em dois dias de paralisação, ou seja, a partir de hoje poderão ser verificados problemas de abastecimento. Entre os produtos que podem faltar estão os combustíveis e alimentos.Alternativas - Costa ressalta que a entidade não apoia o movimento iniciado ontem. Segundo ele, algumas empresas estão buscando rotas alternativas para manter as entregas no prazo, porém, muitas vezes não estão conseguindo.Na sua avaliação, o movimento pode ser até considerado oportunista, em função da falta de contexto de algumas exigências. Na questão do pedágio, por exemplo, Costa explica que os transportadores podem repassar o valor para os embarcadores, ação garantida em lei. Além do trecho da rodovia Fernão Dias, em Betim, os caminhoneiros paralisaram o transporte de cargas em Igarapé (RMBH) e em Carmópolis de Minas, na região Centro-Oeste. Os grevistas pararam também a BR-381 em João Monlevade, em Antônio Dias e em São Gonçalo do Rio Abaixo. A BR-040 ficou interditada para o transporte de cargas em Nova Lima (RMBH), Congonhas (Campo das Vertentes) e Matias Barbosa (Zona Mata). Já em Governador Valadares (Vale do Rio Doce), a BR-116 foi paralisada.Fonte: Jornal Diário do Comércio