Geraldo Vianna – Vida dedicada ao Transporte


São 47 anos e 22 dias de dedicação ao setor, contados e documentados. “Eu era um advogado recém formado e nunca havia passado em frente a uma transportadora quando me chamaram para conversar. Era a Transdroga, uma das maiores empresas de transporte da época e que estava com muitas demandas importantes com prazo a vencer”, recorda.

O que seria apenas uma “conversa” virou seu primeiro dia de trabalho. “Fiz na hora um contrato de meia página estabelecendo as condições que eu queria. Como eu coloquei a data, lembro o dia exato do meu começo no setor de transporte”, detalha.

A Transdroga ainda passaria por muita coisa, como a sua transformação em S/A. A atuação de Vianna cresceu de tal forma que após três anos decidiu fechar seu escritório, transferir contas de clientes para outros colegas e se dedicar apenas à empresa e ao mundo do transporte.

 

Representatividade

Na década de 80, o advogado foi atraído pelas entidades de classe e passou a se dedicar à representatividade. Foi presidente da NTC&Logística por dois mandatos, de 1º de janeiro de 2002 até 31 de dezembro de 2007. “Para mim, um setor pulverizado como o Transporte só consegue defender seus interesses se tiver entidades fortes. Foi isso que permeou minha vida no TRC”, afirma.

 

O Dia do Transportador

O “Dia Nacional do Transportador Rodoviário de Cargas” foi criado pelo Decreto de 9 de julho de 1993, do então presidente da República Itamar Franco, reverenciando a data de fundação da NTC, ocorrida em 17 de setembro de 1963. “Vivíamos uma fase mais ‘romântica’ do setor, que imaginava que uma data comemorativa seria o reconhecimento oficial da nossa importância”, lembra. “Estávamos no embalo da criação do Sest Senat, que nasceu no mesmo ano, mas ainda nos sentíamos muito fracos, com ‘meia dúzia’ de sindicatos e a NTC. Precisávamos nos fortalecer”, conta. “Hoje, vejo que ganhamos respeito. Precisamos comemorar essa data”, completa.

 

Reflexão sobre o amanhã

Para Vianna, ao falar sobre o futuro, a primeira coisa que lhe vem à cabeça são os ciclos históricos. “O mundo é cíclico. As coisas caem porque subiram e sobem porque caíram. Nada fica sempre em cima ou sempre em baixo”, ameniza.

Para ele, o país passou pela pior crise da sua história, mas a retomada já é uma realidade. “Batemos no fundo do poço e estamos subindo. A recuperação será lenta mas quem sobreviveu a esse ‘tsunami’ estará bem mais forte para um novo momento que vem por aí”, finaliza.