Financiamento de longo prazo é desafio para novo plano de concessões


Conforme o Ministério do Planejamento, governo estuda formas de estimular acesso a crédito no mercado privado

O governo federal estuda alternativas para financiamento de longo prazo, a fim de viabilizar novos projetos de infraestrutura no Brasil. O tema foi debatido em um seminário realizado nessa segunda-feira (25), no Ministério do Planejamento, em Brasília (DF). O foco foi o novo pacote de concessões, que deve ser lançado em junho.

Durante o evento, o secretário-executivo da pasta, Dyogo Oliveira, afirmou que o país tem capacidade de crédito para financiar investimentos. Mas ressaltou que um dos principais desafios é adequá-lo ao longo prazo. “Temos funding, capacidade de operação, instrumentos, base legal. Temos toda uma infraestrutura para a emissão de instrumentos de crédito. Mas não temos prazo. Nosso mercado de capitais está, por razões históricas, habituado a ter muita liquidez”, resumiu. Assim, as maiores parcelas de recursos vem de fontes públicas.

Conforme o secretário, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) continuará sendo o principal financiador de projetos. Mas a estratégia será vincular os recursos do banco com a emissão de debentures, títulos de dívida de médio e longo prazo. A ideia é que isso estimule o acesso ao mercado de capitais pelo setor privado, que hoje é reduzido.

Também está em estudo uma linha de crédito contingente que ficaria disponível ao executor do projeto, para evitar que ele tenha um “estrangulamento de caixa”, esclareceu o representante do Ministério do Planejamento.

BNDES dispõe de R$ 611 bilhões para os próximos quatro anos O presidente do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, disse que a instituição dispõe de R$ 611 bilhões para os próximos quatro anos, que poderão ser destinados a projetos de rodovias, portos, aeroportos e outras áreas prioritárias.

Coutinho reforçou o desafio de alavancar os financiamentos de infraestrutura utilizando o mercado de capitais e, por outro lado, criar uma classe de ativos que seja suficientemente atrativa para os investidores de longo prazo.

Fonte: Agência CNT, com informações do Ministério do Planejamento

Foto: Francisca Maranhão