Fim de gargalos economizaria R$ 30 milhões
Pesquisa mostra que 72% dos grupos ligados à cadeia de fornecimento reduziriam custos em até R$ 2 mi/ano.
A resolução dos problemas nas rodovias, ferrovias, portos e aeroportos brasileiros significaria uma redução de até R$ 30 milhões anuais nos custos logísticos das empresas nacionais. Os números são de pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Supply Chain (Inbrasc), que mostrou que, dos 200 grupos empresariais entrevistados, todos ligados à cadeia de fornecimento, 72% economizariam até R$ 2 milhões por ano, caso houvesse a tão esperada melhoria da infraestrutura local.
Conforme o levantamento, 28% dos participantes da pesquisa teriam uma economia de até R$ 400 mil anuais se os obstáculos na logística brasileira fossem eliminados. Para 6% dos empresários a diferença seria ainda maior, entre R$ 10 milhões e R$ 30 milhões.
Segundo o diretor de marketing do Inbrasc, Henrique Gasperoni, a realidade apurada na pesquisa reflete o ocorrido em todos os estados brasileiros. "A infraestrutura precisa de melhorias em todo o país. O que pode ser diferente entre as regiões é o tipo de problema em cada modal, mas os custos altos para trafegar são vistos no Brasil inteiro", afirma. Em Minas Gerais, o principal entrave seria o baixo investimento em formas alternativas de transporte para reduzir o fluxo nas estradas.
A pesquisa levantou algumas questões que atrapalham o fluxo de mercadorias pelos diferentes modais do país. No caso das estradas, apenas 10% dos empresários disseram não ter enfrentado problemas com suporte e atendimento. O restante disse ter passado por dificuldades nesse sentido freqüentemente ou às vezes. Somente 8% nunca encontraram burocracia na fiscalização.
A má manutenção nas vias se mostrou o maior entrave no modal rodoviário, já que apenas 4% dos entrevistados nunca tiveram este tipo de problema. Os pedágios não são considerados gargalos para 15% dos empresários, e a falta de segurança também não é para 6%.
Na área fluvial - ou seja, nos portos - a burocracia na fiscalização é vista como o principal imbróglio e não afeta apenas 19% dos entrevistados. Porém, é vivida freqüentemente por 52% dos ouvidos. Problemas na infraestrutura afetam com freqüência 47% dos empresários e 30% se dizem prejudicados às vezes. Já a falta de segurança nunca foi problemática para 34% dos entrevistados.
O modal que apresenta menos problemas freqüentes é o ferroviário. Para se ter uma ideia, 58% dos entrevistados disseram nunca ter passado por problemas com a infraestrutura no transporte ferroviário. Para 66% deles, as taxas também não chegaram a ser uma preocupação. Assim como 63% das fontes não se incomodaram ainda com burocracia na fiscalização.
Em se tratando de aeroportos, o problema mais apontado está relacionado às altas taxas, para 46% dos entrevistados, que sofrem frenquentemente com a questão. A burocracia na fiscalização é um imbróglio freqüente para 42% dos empresários e a falta de infraestrutura para 31% deles.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas do Estado de Minas Gerais (Setcemg), Vander Costa*, explica que os custos logísticos são os que mais penalizam o setor. Com as condições das estradas comprometidas, aumenta a necessidade de renovação de frota e de manutenção do veículo, além dos gastos com combustíveis.
Segundo o diretor regional da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos, Marcelo Veneroso, a infraestrutura também tem onerado o setor. "O custo da logística tem aumentado a cada dia e reflete nos resultados das empresas ao reduzir a competitividade dos grupos nacionais", afirma.
Fonte: Jornal Diário do Comércio
**(...) Presidente da Federação das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais, Vander Costa, (...)