Durante quatro dias intensos, mais de 80 executivos, CEOs e empresários do setor de transporte imergiram em um ambiente de inovação no Executive Program. O evento, realizado de 16 a 19 de março pelo SEST SENAT, em parceria com a Singularity University, promoveu discussões sobre tendências tecnológicas e oportunidades estratégicas para o setor.

A programação foi marcada por palestras, workshops e interações com especialistas, com foco no uso da IA (inteligência artificial), para aprimorar operações e impulsionar a competitividade das empresas. “Estivemos aqui para aprender a ficar confortáveis em uma zona de desconforto. Vamos voltar às nossas empresas para irmos além do pensar diferente”, afirmou o presidente do Sistema Transporte, Vander Costa.

O encontro provocou os participantes a questionar ideias, criar estratégias inovadoras e desenvolver soluções exponenciais para os desafios do setor. A masterclass de abertura instigou uma nova forma de pensar e explorar oportunidades geradas pelas novas tecnologias. Nos dias seguintes, os debates abordaram temas como ética e aplicações práticas da IA, o papel da liderança na transformação digital e o impacto dos contextos sociopolíticos nessa evolução.

Os participantes não saíram com soluções prontas, mas, sim, com uma nova mentalidade sobre inovação, competitividade e sustentabilidade. Foram apresentados exemplos práticos do uso da IA no transporte, como:

• redução de acidentes no trânsito, por meio da análise inteligente de dados;
• definição otimizada de rotas, reduzindo tempo de deslocamento e aumentando a produtividade;
• tomada de decisões estratégicas baseada em ferramentas tecnológicas avançadas;
• segurança digital, com o uso de agentes de IA para a proteção de dados e mitigação de riscos.

A inteligência artificial já é uma realidade no setor, mas seu impacto depende da integração com a expertise humana. O Executive Program reforçou que, para se manterem competitivas, as empresas precisam abraçar a inovação, preparar suas equipes e adotar uma abordagem estratégica para a transformação digital.

Liderança, inovação e visão estratégica

O encerramento foi marcado por reflexões profundas e insights transformadores sobre liderança, inovação e o futuro do transporte.

O especialista em liderança e inovação no ambiente digital Kyle Hermans conduziu a palestra “No comando da mudança: ativando sua liderança corajosa”, desafiando os participantes a destravarem ações ousadas e a repensarem suas crenças para inovar. Ele destacou que todos têm potencial, mas, muitas vezes, alguns não executam o que sabem que precisariam fazer.

“É preciso desafiar as crenças e questionar o que sempre foi feito para reinventarmos nossa forma de pensar e agir”, afirmou Hermans. Como exemplo, citou a estratégia de Moonshot, da Amazon, que incentiva todos os empregados a reinventar o normal e tomar decisões com base nessa mentalidade. Ele provocou os participantes com perguntas-chave:

• O que você ama fazer e pode entregar ao mercado?
• O que ainda falta no mercado e você pode oferecer?
• O que tornaria sua entrega única?
• O que sua equipe precisa e espera de você como líder?

Seguindo a mesma linha de encorajamento, o último dia do Executive Program contou com a palestra “Rumo ao futuro dos transportes: foresight estratégico, inovação e ventures”, ministrada pela engenheira e mestre em Desenvolvimento de Produtos Inovadores Glaucia Guarcello.

Glaucia apresentou um portfólio de modelos estratégicos e programas de inovação baseados em roadmaps – ferramentas visuais que guiam equipes na execução de projetos. Ela enfatizou que a inovação não acontece por acaso: precisa ser planejada, testada e constantemente reavaliada. Além disso, líderes devem compreender que inovar envolve riscos e possíveis ajustes ao longo do caminho.

Segundo ela, uma pesquisa do Fórum Econômico Mundial revelou um paradoxo preocupante: embora haja consenso sobre a necessidade de inovar, apenas 6% das lideranças estão satisfeitas com os resultados alcançados.

Glaucia defendeu que, em tempos de transformação digital, não há mais espaço para estratégias rígidas e determinísticas. O segredo é adotar um pensamento dinâmico e focado em foresight – a capacidade de projetar cenários futuros a partir de insights estratégicos.

“Não se trata mais de encontrar as respostas certas, mas, sim, de fazer as perguntas certas. Sei que preciso subir a montanha, mas vou experimentando o solo para entender onde posso pisar com segurança”, concluiu.

O Executive Program reforçou que o futuro do transporte passa por líderes visionários, flexíveis e dispostos a inovar constantemente.

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