Empresários e lideranças do transporte reunidos no Conet&Intersindical


Nesta quinta-feira (3), teve início no Rio de Janeiro a primeira parte da programação do Conet&Intersindical, um dos principais eventos da agenda dos transportadores rodoviários de carga, realizado pela NTC&Logística. Os presidentes do Setcemg e da Fetcemg, Gladstone Lobato e Sérgio Pedrosa, respectivamente, e outros membros das diretorias das entidades participam dos eventos.

No primeiro dia de atividades, o Conselho Nacional de Estudos em Transporte, Custos, Tarifas e Mercado (Conet) apresentou a pesquisa NTC/ANTT que aponta a defasagem entre o frete praticado e os custos indicados pelas planilhas referenciais editadas com base na variação do Índice Nacional de Custos de Transportes (INCT).

A pesquisa apresentou dados sobre a performance das empresas de transportes, o que se torna especialmente relevante em razão da atual crise econômica e pelo fato do setor ser um verdadeiro termômetro da economia, uma vez que se trata de uma atividade derivada, atrelada diretamente ao desempenho da indústria, do comércio e do agronegócio.

Confira abaixo* o comunicado oficial da NTC&Logística.

 

Roubo de Cargas, reformas e marco regulatório

A programação do evento é intensa nesta sexta-feira (4). Na reunião Intersindical, que congrega presidentes e diretores de entidades de representação empresarial de todas as regiões brasileiras, além de empresários e autoridades, o destaque será a reforma trabalhista, transformada na Lei 13.467/17. O Juiz Federal do Trabalho do Paraná, Marlos Melek que participou diretamente da redação da nova lei, é presença confirmada para falar sobre o tema.

Outro assunto a ser debatido será o projeto de reforma tributária. O relator do projeto na Comissão Especial da Câmara dos Deputados que analisa o projeto, deputado Luiz Carlos Hauly, abordará os principais pontos em discussão.

O Marco Regulatório também terá espaço. O relatório preliminar sobre o Projeto de Lei 4869/2016, que também tramita no Congresso Nacional, será objeto de análise pelo plenário do evento, a partir de trabalho que será apresentado pelo diretor jurídico da NTC&Logística, Marcos Aurélio Ribeiro.

Por fim, a situação do roubo de cargas no Rio de Janeiro será discutida com a participação de autoridades estaduais e federais, além de outros assuntos.

O Conet&Intersindical é uma realização da NTC&logística e tem nesta edição a Fetrascarga, Sindicarga, SETC, Setcanf, Sinditransportes e Sulcarj como entidades anfitriãs.

A próxima edição do Conet está marcada para fevereiro de 2018 em Natal/RN.

 

Comunicado Oficial* - CONET AGOSTO/2017

Pesquisa nacional realizada em agosto de 2017 pela NTC&Logística em colaboração com a ANTT, envolvendo 2.290 empresas, revela a situação das empresas transportadoras no primeiro semestre de 2017:

1. Queda no faturamento para 70,5%

2. As receitas diminuíram em 10,32%

3. O valor do frete caiu em média 2,98%

4. 91% das empresas diminuíram de tamanho

5. 54,7% das empresas tem recebido frete com atraso

 

A pesquisa aponta alguns fatores que contribuíram para tal situação. Em primeiro lugar, estão os aumentos de custos, especialmente, as majorações nos últimos 12 meses de salários que chegaram a 4,00%, combustível 4,25%, despesas administrativas 9,20%, manutenção 6,58%, veículo 5,61% e a lavagem 8,40%.

Contribuem também o baixo volume de carga, provocada pela situação econômica por que passa o país. O aumento do roubo de carga na região metropolitana do Rio de Janeiro, mas não estando restrita a somente ela. É sempre importante destacar a existência dos riscos suportados pelas empresas e que necessitam ser cobertos conforme a especificidade do serviço e da carga, como é o caso do frete valor, Gerenciamento de Risco (Gris), generalidades como a Taxa de Restrição de Trânsito (TRT), dentre outras, inclusive as de caráter emergencial e transitório como é o caso da Taxa de Emergência Excepcional (Emex), criadas para cobrirem os custos decorrentes da situação de falta de segurança, escoltas urbanas, aumento no valor da cobertura securitária e das restrições impostas a prestação de serviço de transporte.

Como se não bastasse tudo isto, o setor ainda enfrenta o comprometimento do seu faturamento com o aumento cada vez maior de fretes atrasados (14,3% do faturamento, segundo a pesquisa). Esta situação já ultrapassou o limite do estado suportável, sobretudo levando-se em consideração as margens estreitas de lucro alcançadas pelas empresas do setor quando a economia está em expansão e que acabaram sendo negativas pela pressão imposta pela recessão. Apesar disso tudo, o primeiro semestre de 2017 foi um pouco melhor para o setor que o ano de 2016, com números um pouco melhores, mas ainda distantes do ideal. Ajudou a modesta recuperação na economia principalmente em função da safra recorde e das exportações.

Com relação ao frete rodoviário praticado a pesquisa continua apontando uma defasagem da ordem de 20,89% na carga lotação e 7,72% na carga fracionada. Estas defasagens foram calculadas comparando-se os valores das planilhas referenciais de custos da NTC&Logística, que não incluem impostos e margem de lucro, com os fretes médios praticados pelas empresas pesquisadas.

Portanto, fica evidente que é imprescindível e urgente que se faça o quanto antes um realinhamento dos fretes praticados, acompanhado da cobrança dos demais componentes tarifários, Frete-valor e Gris e as Generalidades do transporte. Se esta melhora não se concretizar, o País corre o risco de um grave colapso em uma atividade essencial para a economia e para a sociedade brasileira, pois há 3 anos que não há investimentos das empresas transportadoras que sobreviveram no setor.

 

Rio de Janeiro/RJ, 3 de agosto de 2017.

Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística

 

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