Emplacamentos de caminhões crescem 47,6% até julho


Apesar da retração nos licenciamentos de automóveis, os segmentos de caminhões, implementos rodoviários, motos e comerciais leves tiveram resultados positivos em julho

Os emplacamentos de veículos automotores, considerando todos os segmentos automotivos, encerraram o mês de julho próximo da estabilidade, na comparação com junho (baixa de 0,02%), de acordo com os dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

Com o mercado agrícola aquecido e a economia registrando crescimento nos primeiros meses do ano, o segmento de caminhões é um dos destaques do setor e pode ter, em 2021, um dos melhores resultados de sua história. Na comparação com julho de 2020, o segmento mostrou um incremento de 20,8%. Já nos primeiros sete meses de 2021, a expansão foi de 47,6%, em relação ao mesmo período do ano anterior.

“Temos modelos com programação de entrega agendada já para janeiro de 2022. São veículos já negociados, mas que, em virtude da demanda, só poderão ser entregues no próximo ano”, destaca Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave, reforçando que este segmento apresenta boa oferta e aprovação de crédito. “Hoje, cerca de oito a cada dez fichas de financiamento são aprovadas”, completa.

Muito atrelados ao segmento de caminhões, os implementos rodoviários seguem estimulados pelo agronegócio e pela retomada da economia. O setor apresentou crescimento de 57,1% no acumulado do ano.

“Uma vantagem é que os fabricantes desse segmento são menos dependentes de materiais importados e de componentes de alta tecnologia. Desta forma, há menos entraves para suprir a demanda, que permanece aquecida, principalmente, em função do agronegócio”, analisa Assumpção Júnior.

O mercado de ônibus é um dos que mais tem sofrido os impactos da pandemia, já que a restrição de circulação de pessoas fez com que as empresas de transporte cancelassem ou adiassem investimentos em renovação ou ampliação de suas frotas.

No acumulado do ano, de janeiro a julho de 2021, o emplacamento de ônibus registrou crescimento de 11,3% em relação ao ano anterior. Em relação ao mês anterior, houve recuo de 11,5%; na comparação com julho de 2020, a queda foi de 17,4%.

“Ao menos, os números no acumulado do ano são superiores aos do mesmo período de 2020. Acredito que o avanço da vacinação e a consequente flexibilização das quarentenas poderão provocar reflexos positivos neste segmento, mas, enquanto isso não acontecer, muitas empresas continuarão em compasso de espera”, diz Assumpção Júnior.

Os segmentos de comerciais leves, motocicletas, caminhões e implementos rodoviários registraram alta no mês de julho e no acumulado dos sete primeiros meses de 2021 sobre o mesmo período do ano passado. O número de automóveis emplacados, conforme ranking histórico, registrou o pior mês de julho desde 2005. Segundo a Fenabrave, a explicação é a escassez de produtos nas concessionárias, por conta das dificuldades que a indústria enfrenta para a obtenção de peças e componentes.

Fonte: Revista Transporte Mundial