Dilma garante obras públicas em rodovias que não ofereçam pedágio barato


Segundo o presidente da CNT, senador Clésio Andrade, modelo de negócios adotado pelo governo preocupa investidores Em entrevista a rádios gaúchas nesta terça-feira (17), a presidente Dilma Rousseff garantiu que o governo federal fará obras públicas em rodovias quando não existir a possibilidade de oferecer pedágio barato à população, caso o trecho esteja concedido à iniciativa privada. Ela afirmou que a intenção é unir as necessidades dos empresários, que buscam lucro, e dos cidadãos, que reivindicam preço baixo. “Não há como fazer concessão se o empresário não tiver remuneração. De um lado, ele quer lucro alto. De outro, a população quer pedágio baixo. Quando for prático, concreto e efetivo unir as duas coisas, nós vamos unir. Quando não der, vamos fazer obra pública”, afirmou a presidente. Segundo Dilma, as concessões trazem vantagens, como rapidez e manutenção constante, mas destacou que o modelo será diferente do adotado no passado, antes de 2003, quando as rodovias eram concedidas apenas para serem administradas e cuidadas, sem a previsão de obras para duplicação, por exemplo. Dilma também afirmou que o governo está fazendo uma reavaliação "uma a uma" das estradas concedidas pelo país e comentou que as empresas não podem querer uma "remuneração elevadíssima" para estradas fáceis de se administrar. Modelo de negócios Em entrevista à edição dessa segunda-feira (16) ao Jornal da Globo, o presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), senador Clésio Andrade, comentou a falta de interesse dos investidores no leilão da BR-262, que liga os municípios de Monlevade (MG) a Viana (ES). Para o parlamentar, o problema está no modelo de negócios adotado pelo governo. "Um dos problemas é que os empresários não acreditam que o governo fará a parte dele. No momento em que ele [o investidor] vai depender do pedágio para poder pagar seus financiamentos e investimentos, e não acredita que o governo fará a parte dele, automaticamente o processo se torna inviável", disse Clésio Andrade. Ainda de acordo com o presidente da CNT, as melhorias nas rodovias brasileiras são urgentes. "O transportador brasileiro chegou à conclusão de que é melhor ter uma rodovia duplicada, bem cuidada, com segurança, do que ter uma rodovia com muitos acidentes e riscos. Muitas pessoas até deixam de viajar", afirmou.   Fonte: Agência CNT de Notícias [caption id="attachment_5826" align="aligncenter" width="300"] Foto: Ricardo Gavitti[/caption]