Deformações no asfalto do Anel colocam motoristas em risco
Falta de manutenção, caminhões pesados e calor causam o problema, agravado nos últimos meses Deformações no asfalto colocam em risco os cerca de 150 mil motoristas que passam diariamente pelo Anel Rodoviário de Belo Horizonte. O perigo se une a outras armadilhas da rodovia, como estreitamentos de pistas e entradas inseguras. O desgaste do asfalto, causado por falta de manutenção, caminhões pesados e pelo calor, se agravou nos últimos meses e é tido por especialistas como um perigo para os motoristas, já que pode tirar o veículo da pista ou causar capotamentos. Por dia, cerca de 35 mil caminhões passam pelo Anel Rodoviário. A última restauração da via foi em 2006, e, de lá para cá, o asfalto cedeu, e surgiram ondulações. Ao passar por elas, os veículos trepidam e tombam; em alguns casos, a direção é puxada. A reportagem visitou, ontem, dois trechos onde o problema é mais grave: a subida próxima ao entroncamento com a avenida Pedro II, no bairro Jardim Montanhês, na região Norte, e a descida do bairro Betânia, na região Oeste, um dos pontos mais perigosos da via. Segundo o tenente Geraldo Donizete, comandante de policiamento do Anel, além de serem perigosas, as deformações prejudicam o trânsito, forçando os veículos a trafegarem mais devagar. “O tipo de asfalto usado não suporta o clima quente e os caminhões pesados. Está perigosíssimo”, destacou o engenheiro José Aparecido Ribeiro, especialista em trânsito. Para os motociclistas, o perigo é maior, já que um desvio da direção pode derrubar a moto. “A gente corre risco só de entrar no Anel. Com essas deformações, é pior ainda, porque a moto é mais difícil de controlar”, disse Rogério Lara, do Sindicato dos Motociclistas de Minas. O outro lado. O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit-MG) informou que já iniciou o recapeamento e que em 30 dias o problema será resolvido. “A última restauração foi há seis anos. Nesses trechos mais problemáticos, o ideal é ter um acompanhamento maior para resolver logo”, apontou Geraldo Donizete. O engenheiro civil e mestre na área de transportes Silvestre de Andrade Filho destaca que é preciso estudar o caso mais a fundo para saber se o recapeamento não será apenas um paliativo. “Se o problema for superficial, tirar as deformações e passar uma nova camada de asfalto pode resolver, mas, só por enquanto. Se não for, é preciso ter um projeto de pavimentação”, explicou.
Fonte: Jornal O Tempo