Crea-Minas avalia rodovias federais
Órgão pretende produzir estudo técnico sobre toda a malha que corta o Estado .
Antigas dúvidas quanto às condições e soluções para as rodovias federais no Estado, em especial as que atendem a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), em breve poderão ser esclarecidas. A Câmara Temática de Rodovias Federais do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-Minas), que será lançada amanhã, vai produzir um estudo técnico sobre a malha rodoviária federal no Estado, tendo como referência informações apresentados por órgãos das instâncias federal, estadual e municipais.
"Representamos 130 mil técnicos e engenheiros de Minas Gerais e o nosso objetivo é oferecer a nossa contribuição quanto à melhor técnica e preço", explica o coordenador da Câmara, Oswaldo Dehon. Segundo ele, assim como a Câmara de Mobilidade do Crea-Minas, que nos últimos meses promoveu debates com a participação de entidades e organismos que atuam no setor, a de rodovias federais também pretende buscar informações e oferecer sugestões, com foco em "temas fortes", como o Anel Rodoviário de Belo Horizonte e a BR-381.
Nas palavras de Dehon, o que se pretende é discutir "gargalos históricos", de 30, 40, 50 anos, para oferecer maior racionalidade às rodovias que cruzam a RMBH. Para abrir a série de seis workshops que serão realizados ao longo do ano, o Crea elegeu como temas a revitalização do Anel Rodoviário e a implantação do Rodoanel e do Ferroanel.
Não por acaso, o primeiro encontro será realizado amanhã, na sede da Arcelor Mittal, que fica no Km 3 do Anel Rodoviário, trecho de maior incidência de acidentes. Participarão desse workshop, na qualidade de expositores, representantes do poder público federal como o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
O Estado será representado pelo Departamento de Estrada de Rodagens de Minas Gerais (DER-MG) e pela Agência Metropolitana. E como algumas vias atravessam a capital mineira, também estará presente a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans). Segundo Dehon, levar os técnicos para o trecho mais inseguro do Anel Rodoviário é uma forma simbólica de mostrar a urgência de uma solução para este e outros problemas em vias federais no Estado. "Esperamos que os projetos saiam do papel", reforça Dehon.
Anel - Para a discussão dos problemas e apresentação das soluções para o Anel Rodoviário, "que é uma das vias mais preocupantes", também foi convidado o consórcio CGP/Ceprol/Afirma, que será responsável pelo projeto executivo da revitalização. "Eles estarão presentes para responder as nossas questões técnicas", ressalta Dehon. "Queremos saber mais detalhes sobre os reassentamentos, fiscalização, obras de arte, passarelas, ampliação de viadutos, além de alguns problemas de ocupação em várias áreas da via".
Também serão objeto de discussão as obras do Rodoanel Norte, de responsabilidade do governo estadual, cujo edital, segundo informações da Secretaria de Estado de Obras Públicas (Setop), deve ser lançado entre maio e junho deste ano. "Nosso objetivo é conhecer os termos de referência e as ideias mais gerais da licitação", informou Dehon, lembrando que a proposta do anel ferroviário (Ferroanel), lançada recentemente pelo governo de Minas, será outro tema em debate.
Ao final dos workshops, o Crea pretende elaborar um estudo técnico com informações sobre a situação de trafegabilidade, sinalização, segurança, condições do pavimento, manutenção, obras e gestão de cada rodovia federal em Minas Gerais. Complementando o material, serão incluídos os estudos e projetos existentes nos vários órgãos públicos para as rodovias.
Outra proposta da Câmara é potencializar o desenvolvimento das regiões cortadas pelas rodovias federais, considerando a agenda de planejamento econômico e social de cada localidade. Com este propósito, o estudo conterá, ainda, relatórios sobre o potencial de desenvolvimento de regiões como a do Triângulo Mineiro, Vale do Rio Doce, Zona Metalúrgica e Norte de Minas, além da RMBH.
Fonte: Diário do Comércio