Conselho adia exame antidroga em caminhoneiro


Exigência só passará a valer no ano que vem

A entrada em vigor do polêmico exame antidoping para caminhoneiros está adiada para 1º de janeiro de 2016.

A nova data consta de uma resolução publicada pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito). Em princípio, o exame passaria a ser obrigatório a partir de junho.

Instituído pela chamada Lei do Caminhoneiro, o teste antidoping deverá ser feito pelos motoristas com carteiras das categorias C, D e E tanto durante a primeira habilitação quanto na renovação do documento, que ocorre a cada cinco anos.

A verificação do uso de drogas vai ocorrer por um exame toxicológico feito com o fio de cabelo do motorista.

Em princípio, será possível estimar o consumo de drogas ilícitas, como a cocaína, maconha, crack, heroína e os chamados rebites (remédios que inibem o sono) nos 90 dias anteriores ao exame. O objetivo é reduzir acidentes provocados pelo consumo.

Apesar de ser a favor de uma fiscalização rígida contra o uso de drogas por partes dos motoristas profissionais, instituições como a Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego) estão se posicionando contra a exigência do exame.

O principal argumento deles é que esse exame não detecta, com precisão, quando o uso da droga ocorreu.

O motorista pode parar de usar substâncias ilícitas por um curto período de tempo, renovar sua carteira e voltar a usar drogas, dizem os médicos da Abramet.

Em parecer contrário à medida, a associação diz que "se a resolução em pauta passar a ser aplicada, seremos o único país no mundo a adotar essa medida". Em outros lugares, o exame existe como um instrumento complementar na investigação de acidentes.

A estimativa é que o custo de cada exame, bancado pelos motoristas, vá ficar entre R$ 250 e R$ 350. O governo afirma que ainda vai credenciar os laboratórios que poderão fazer os exames.

Fonte: Folha de S. Paulo, via NTC&Logística