Como a tecnologia apoia o combate ao roubo de cargas
Mesmo com o cenário atual de pandemia pela Covid-19, o trabalho de combate ao roubo de cargas não parou. Seja no esforço das entidades em atuar mais próximo das empresas e governo, nas ações das polícias ou no gerenciamento de riscos das transportadoras.
Para falar sobre o tema, o Setcemg, em parceria com a Fetcemg, realizou a Live “O uso da tecnologia no combate ao roubo de cargas”, que contou com a participação do assessor de Segurança Patrimonial da Federação, Ivanildo Santos; do Delegado-Geral e chefe do Departamento Estadual de Crimes contra o Patrimônio, Márcio Nabak; e do diretor da Gertran Gerenciamento de Riscos, Sérgio Pereira.
Com a pandemia do coronavírus, estamos vivendo, em nível mundial, uma situação adversa. No entanto, muito serviços foram mantidos de forma a garantir a proteção e abastecimento da população. O transporte de cargas e a segurança são alguns desses serviços essenciais.
“Estamos vivendo algo inédito na história da humanidade. A pandemia chegou e pegou todos de surpresa. Há uma expectativa negativa em relação aos roubos de cargas. No início do ano, os números foram parecidos, mas a partir de março e abril já percebemos esse aumento. Em abril de 2020 foram 72 roubos registrados, contra 58 no mesmo período do ano passado”, afirmou Nabak.
O TRABALHO DAS ENTIDADES
Esse aumento foi percebido pelo assessor de segurança patrimonial da Fetcemg e do Setcemg, Ivanildo Santos, que destacou ter recebido o retorno das empresas sobre o aumento do roubo de cargas. No entanto, ele apontou que o trabalho do GT Segurança Logística, que aproximou as empresas dos órgãos de segurança, tem contribuído no combate aos roubos. O assessor destacou o trabalho desenvolvido pelas entidades na busca por legislação que apoie o enfrentamento deste crime.
“Até 2015, a Fetcemg e o Setcemg participavam do Encontro de Segurança da região sudeste. Desde então, o evento cresceu e hoje engloba os estados das regiões sul e sudeste, Goiás e Mato Grosso e é realizado anualmente. Foram criados grupos de troca de mensagens que favorecem a troca rápida de informações”, destacou.
“Essa interação acabou gerando projetos de lei de suspensão da inscrição estadual do receptador de carga em alguns estados. Em Minas Gerais, já entraram com o projeto em 2014 e em 2016 e ainda não tivemos a criação de uma lei específica. Este ano, um outro deputado entrou com o projeto novamente e esperamos trazer boas notícias quanto a isso. Afinal, enquanto tiver receptador, haverá o roubo”, completou.
TECNOLOGIA NO COMBATE
Não há dúvidas de que a tecnologia é uma grande aliada na segurança e no combate aos roubos de carga. Com os aparatos tecnológicos, as empresas conseguem acompanhar o caminhão nas estradas e podem elaborar estratégias para minimizar o risco. “Costumo falar que as gerenciadoras apoiam muito as polícias, pois, por meio da tecnologia, conseguimos passar informações para a órgãos de segurança e apoiar no enfrentamento do roubo de cargas e diminuição de perdas das empresas. A Gertran trabalha com o gerenciamento de risco, com monitoramento com diversas tecnologias, frequência de celular, canal híbrido e canais de comunicação via satélite, planejamento de operações de transporte, identificando pontos fracos e elaborando estratégias para a diminuição de perda, além de um trabalho estreito com as polícias”, explicou o diretor da Gertran, Sérgio Pereira.
EXPECTATIVA PARA 2020
Sobre os números de roubo de cargas este ano, as expectativas são pessimistas.
“Percebemos que as rodovias no Triângulo Mineiro, no Sul de Minas, um pouco na Zona da Mata e rodovias que cortam mais o nordeste do país possuem maior número de roubos. E estamos nos preparando para esse combate. Temos uma parceria com a polícia federal que tem dado bastante efeito. Tudo isso tem impactando bastante no combate ao roubo de cargas dentro do estado. Esperamos que o número aumente em função da crise trazida com a pandemia”, afirmou Nabak.
CONVÊNIO COM A FETCEMG
O trabalho desenvolvido pela Delegacia Especializada no Combate ao Roubo de Cargas, que tem um convênio com a Fetcemg, também foi abordado. “Ter uma delegacia especializada e dedicada exclusivamente ao combate do roubo de cargas é muito importante. Não retira as atribuições das demais delegacias regionais, mas auxilia todas as unidades, já que ela engloba todo o estado”, explicou Nabak.