Coluna no Jornal O TEMPO: Em busca de solução para o Anel


O Anel Rodoviário é um dos principais corredores econômicos para o transporte de cargas que abastece as cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte e única via de transposição para outros estados, possibilitando a interligação da BR-381 Sul e Leste e das BRs-356 e 040 Sul e Norte.

 

Mas, ao longo do tempo, com o crescimento urbano desordenado, passou a ser importante via expressa para os deslocamentos das pessoas em transporte individual, transformando-se em uma grande avenida urbana metropolitana e recebendo um fluxo diário médio de 160 mil veículos. Uma tragédia anunciada, se pensarmos que a via foi construída na década de 1950, de topografia acidentada, com fluxo diário previsto para 20 mil veículos.

 

Com poucos investimentos, ocupações irregulares às suas margens, estreitamento de pista em trechos de longa descida e a ausência de passarelas suficientes – apenas alguns dos problemas visíveis na via -, o setor de transporte de cargas convive com o estigma de vilão quando o assunto é acidente.

 

Dados recentes da BHTrans confirmam que somente 3,4% dos acidentes fatais na via envolveram caminhões, enquanto os acidentes com motocicletas representam 33,8% e com carros 15,2%.  Portanto, os acidentes no Anel têm causas diversas à circulação de caminhões.

Cientes da situação, a Fetcemg e o Setcemg há anos vêm empreendendo esforços junto aos órgãos competentes para que investimentos sejam destinados à sua revitalização e modernização.

 

Dentre as propostas encaminhadas com exaustão ao poder público e retomadas no início do mês em audiência pública na Câmara Municipal, as entidades defendem a criação de uma rede de corredores econômicos na RMBH a partir de um novo “Rodoanel”; o uso intensivo de tecnologia para tornar a rodovia conectada e fiscalizada com maior eficiência; e a instalação de balança rodoviária na descida do Viaduto da Mutuca, com o objetivo de fiscalizar e advertir sobre o alto risco de acidentes na via e interromper a dirigibilidade entre o trecho rodoviário com pista dupla para o trecho rodoviário com características de trânsito urbano/metropolitano.

 

As entidades, amparadas por estudos técnicos, acreditam que essas propostas, além de diminuir as estatísticas de acidentes, ajudariam a reduzir o custo logístico, favoreceriam a competitividade da economia e também ajudariam a salvar vidas.

 

Luciano Medrado – consultor da Fetcemg e do Setcemg