Caminhoneiros devem ter atenção especial com risco de febre amarela
O crescimento de casos confirmados de febre amarela em diversas localidades do Brasil é um alerta para a necessidade da vacinação contra a doença, especialmente para quem viaja para as áreas consideradas de risco pelo Ministério da Saúde.
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) confirmou em seu site 68 mortes por febre amarela até esta sexta-feira (10). Outros 93 óbitos ainda estão sendo investigados, de acordo com o órgão. Já os casos confirmados de febre amarela em Minas Gerais subiram para 195 e 705 ainda estão sob investigação. Este já é considerado o pior surto da doença no estado.
Segundo o médico epidemiologista do Ambulatório de Saúde do Viajante do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) de Brasília, Luiz Fernando Alves de Carvalho, para os trabalhadores do setor de transporte, a importância da imunização é ainda maior: como são profissionais que transitam por diferentes estados, devem estar vacinados para evitar o contágio pelo mosquito que transmite o vírus causador da doença. “A vacina contra febre amarela é muito importante, porque a área endêmica é muito vasta. Então, todo mundo deve estar vacinado”, diz o médico.
Conforme o epidemiologista, os surtos de febre amarela silvestre são cíclicos, ocorrem periodicamente no Brasil. Isso aumenta a necessidade da imunização. Segundo o médico, bastam até duas doses da vacina para que se esteja protegido para a vida toda. “A Organização Mundial da Saúde (OMS) já está preconizando uma única dose ao longo da vida, depois de uma longa observação da eficácia da vacina, que já é usada há 80 anos. O Ministério da Saúde no Brasil, por cautela, está recomendando duas doses”, explica. Gestante e idosos devem passar por avaliação médica.
Os primeiros sintomas da febre amarela são febre de início súbito, calafrios, dor de cabeça, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. "A maioria das infecções são leves ou até mesmo passam despercebidas. Os casos graves, que podem levar à morte, são uma minoria, cerca de 10%. Mas, entre esses casos graves, em 50% ocorre o óbito", explica Luiz Fernando.
Nos casos graves, a pessoa pode ter febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos, levando à morte.
Quem identificar alguns dos sintomas, deve procurar um médico e informar sobre qualquer viagem para áreas de risco cerca de duas semanas antes. Também é importante informar quando tomou a vacina contra a febre amarela.
Não há tratamento específico contra a doença. O médico utiliza medicamentos para controlar os sintomas, como as dores no corpo e na cabeça, com analgésicos e antitérmicos. Salicilatos, como AAS e Aspirina, devem ser evitados, já que seu uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas.
PREVENÇÃO CONTINUA SENDO O MELHOR COMBATE
A febre amarela é transmitida através da picada do Aedes aegypti, o mesmo mosquito que transmite a Dengue, Zika e Chikungunya.
Portanto, a melhor forma de combater a doença é evitar que o mosquito se reproduza. Entre os principais criadouros estão os pratos de planta, caixas d´água, barris e tambores, rede pluvial, rede de esgotos, pneus e garrafas pet.
E você, transportador, pode se unir ao Brasil no combate ao vetor transmissor das doenças. A atenção ao descarte de pneus, lonas e sucatas para que não acumulem água são fundamentais. Outros equipamentos como reboques, implementos e veículos que ficam parados por muito tempo também devem ser verificados, pois podem se tornar criadouros do mosquito. As carrocerias dos caminhões também merecem atenção, uma vez que elas podem se tornar um criadouro e ainda servem como transporte do inseto para outras partes do país.
Toda ação desenvolvida para combate ao mosquito é importante para exterminar o vírus causador das doenças. E você é essencial nessa luta.
Fonte: Agência CNT de notícias e Portal de Notícias G1