Caminhões isolados na direita


Para compensar perda de uma pista, limite de velocidade pode ser elevado

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Departamento de Estradas e Rodagem de Minas (DER-MG) estudam criar uma barreira física para isolar os caminhões na faixa da direita do Anel Rodoviário. A medida faz parte de uma lista de seis intervenções de emergência para a rodovia - orçadas em R$ 60 milhões -, que são uma tentativa de minimizar os riscos de acidentes até que a revitalização do Anel saia do papel. O estudo foi concluído no mês passado por técnicos dos dois órgãos e depende agora de aprovação do Dnit.

As intervenções se concentram no ponto mais crítico da via, entre os KM 0 e 7, do bairro Olhos D’Água ao Betânia, ambos na região Oeste de Belo Horizonte. Mas, segundo a assessoria do Dnit, ainda não é possível informar os trechos exatos que sofrerão as alterações. A expectativa é que as ações sejam colocadas em prática antes da conclusão do projeto executivo de revitalização dos 27 km do Anel, previsto para o início de 2014. A assessoria do DER-MG não quis se manifestar.

Barreira. Flagrados várias vezes circulando na faixa da esquerda, os veículos pesados podem ser obrigados a circular pela direita por barreira físicas, deixando duas pistas para carros e motos. A assessoria do Dnit não deu detalhes sobre o isolamento, informando apenas que seriam como um canteiro central. Entre janeiro e setembro, 42% dos acidentes na via envolveram caminhões. Foram 1.052 batidas, com 156 pessoas feridas e dez mortas.

Em contrapartida para a perda de uma das faixas, a velocidade máxima de veículos leves deverá ser aumentada de 70 km/h para 80km/h, com o objetivo de dar mais fluidez ao trânsito.

Além disso, o estudo prevê a instalação de três passarelas para pedestres e três áreas de escape para os caminhões. Uma das alças de escape está prevista para o KM 5, um dos pontos mais críticos na chamada "Descida do Betânia".

Ainda entre as propostas, está a instalação de letreiros luminosos para alertar os motoristas sobre o limite de velocidade na rodovia. Avaliações da sinalização em pontos precários do Anel e da atual condição dos acessos à estrada fecham a lista.

Motoristas. Para o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos do Estado de Minas Gerais (Sindicam-MG), Anderson José Torquato, as medidas vão causar muitos transtornos e terão poucos resultados. "Agir só em trechos críticos não resolve. O caminhoneiro não sabe a hora que pode ter um problema, perder o freio. Colocar o escape apenas onde acontece mais acidentes é ridículo", avaliou.

Para o presidente da ONG SOS Rodovias, José Aparecido Ribeiro, as medidas são paliativas e não terão resultado. "O Anel é uma via para se andar acima dos 100 km/h, mas está em um perímetro urbano com várias restrições. Aumentar 10% a velocidade de carros não muda nada".

Fonte: O Tempo