BC prevê queda de 5,4% para transporte, armazenagem e correio em 2016


O Banco Central (BC) prevê queda de 5,4% nos serviços de transporte, armazenagem e correio em 2016, segundo o Relatório de Inflação de setembro de 2016, divulgado pela instituição nesta terça-feira (27). O índice ficou 0,4 ponto percentual abaixo do que foi previsto no documento anterior, de junho deste ano.

 

Para o Produto Interno Bruto (PIB) - que é a soma de todas as riquezas produzidas no país - a queda projetada é de 3,3%. Com isso, serão dois anos seguidos de retração da atividade econômica no Brasil. No ano passado, o PIB caiu 3,8%.

O setor de serviços, como um todo, deve apresentar desempenho negativo de 2,7%. A retração é maior que a estimada no relatório de junho, que foi de 2,4%. Para a indústria, a queda prevista é de 3,3% e, para a agropecuária, de 2,2%.

Já a inflação deve fechar o ano em 7,3%. Assim, será o segundo ano consecutivo em que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficará acima do teto da meta, que é 6,5%.

Conforme o presidente da Fetcemg (Federação das Empresas de Transportes de Cargas de Minas Gerais), Vander Costa, os transportadores estão otimistas com relação aos próximos meses e esperam números melhores até o fim do ano. “A queda já ocorreu, chegamos ao fundo do poço. O que acreditamos que ocorrerá, daqui para frente, é um início de estabilidade com retomada lenta. Mas esperamos algum crescimento já para o último trimestre do ano e, no ano que vem, uma expansão de 1% a 2%. É uma inversão de tendência importante”, afirma.

Mas Vander ressalta que o crescimento sustentável da economia precisa de medidas mais profundas. “Isso vai depender da aprovação das reformas propostas pelo governo, especialmente previdência e trabalhista e, nesse ponto, incluo a regulamentação da terceirização. Conseguindo esses projetos estruturantes, vejo possibilidade de o Brasil voltar a crescer.”

O BC calcula resultados positivos a partir de 2017, quando o PIB poderá crescer 1,3%. A agricultura deve expandir 3,5%. A indústria tem desempenho positivo estimado em 1,5%. Já o setor de serviços, em 0,9%. A projeção da inflação aponta que o IPCA poderá fechar 2017 em 5,1%.

“O cenário básico do Comitê de Política Monetária (Copom) contempla estabilização da atividade econômica no curto prazo e possível retomada gradual ao longo dos próximos trimestres, em contexto de elevado nível de ociosidade na economia”, diz o relatório do Banco Central. O documento aponta para um processo de desinflação, mas alerta que a velocidade em que isso ocorrerá ainda é incerta.

 

Já o cenário externo se mostra em um período favorável a economias emergentes. Porém, conforme o BC, não há certezas sobre o crescimento da economia global, especialmente sobre a normalização das condições monetárias dos Estados Unidos.

 

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Fonte: Agência CNT de Notícias