Após PSI, concessionárias correm para vender


[caption id="attachment_7476" align="aligncenter" width="241"]Foto divulgação Crédito: Alisson J. Silva[/caption]

Após 40 dias de indefinição, finalmente foram publicadas na sexta-feira, no "Diário Oficial da União" (DOU), as novas regras do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) - Finame e Procaminhoneiro para caminhões. Agora as concessionárias correm para diminuir o prejuízo. Mesmo assim, na capital mineira, as vendas no mês de janeiro já estão comprometidas.

As mudanças foram editadas pelo Ministério da Fazenda e estavam, desde dezembro do ano passado, aprovadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e aguardando apenas a publicação. Com isso, os financiamentos para a compra de caminhões estavam suspensos.

Só agora as lojas foram liberadas para faturar os primeiros veículos do ano utilizando os recursos do BNDES.

Concessionárias - "Temos que correr para conseguir fechar as vendas até dia 31, quando termina o prazo para faturamento na modalidade simplificada. Estamos fazendo o possível para agilizar a liberação dos contratos nesta semana. Mas, com certeza, as perdas vão chegar a 30%, 40%", disse o diretor comercial da concessionária Cardiesel, revendedora da Mercedes-Benz, Carlos Alberto Gonçalves.

Pelas novas regras, as linhas de crédito passam a ser operacionalizadas na modalidade convencional, que exige pré-aprovação de crédito pelo BNDES. Diferente do que acontecia antes, quando os financiamentos eram simplificados e podiam ser feitos na própria concessionária.

Em função disso, além do tempo perdido, as revendas também terão que lidar com uma burocracia maior no fechamento dos contratos de financiamento a partir de fevereiro. o que também preocupa o setor.

O gerente de vendas da Forlan Caminhões, concessionária da Ford, Flávio Martins, diz que o movimento na loja voltou ao normal, mas até as novas regras engatarem, o faturamento será prejudicado. que na modalidade convencional, o tempo de análise da documentação enviada ao BNDES pode levar de 15 a 30 dias e a concessionária tem que esperar até 90 dias para receber o dinheiro.

"Em fevereiro vai ser difícil. Além das novas regras, é um mês com menos dias úteis, o que naturalmente reflete em menos vendas", afirmou.

O mesmo aposta o supervisor de vendas da Minasmáquinas, revenda da Mercedes- Benz, Alan Belfort Calixto. Para ele, haverá uma "readequação" do mercado de caminhões nesses primeiros meses. "Não dá para prever como o mercado vai se comportar, mas acredito que 2014 será melhor que 2013", avalia.

Já o diretor-geral da Deva, concessionária da Iveco, Robinson Romanholli, não é tão otimista. Ele reclama que, mesmo após a liberação dos financiamentos, metade dos pedidos já faturados foi rejeitada e voltou para a loja. "Normalmente aqui são vendidos 250 caminhões por mês. Em janeiro, até agora, vendemos 24, menos de 10%", conta.

Segundo ele, o governo não parece preocupado com a situação do setor já que, mesmo com o anúncio da mudança nas regras do Finame feito em dezembro, até agora não foram enviados às revendas os controles de autorização de crédito para que os processos possam ter andamento.

"Espero que isso mude ao longo do ano. Tenho 47 operações de venda em andamento e todas emperradas. Estamos sobrevivendo de peças e pós-venda. Não aposto em crescimento para 2014, se eu fechar o ano apenas estável já estará muito bom", completou.

Fonte: Diário do Comércio