Anel rodoviário: corredor econômico da RMBH


Corredor econômico para o transporte de cargas que abastece as cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte e única via de transposição para outros estados, o Anel Rodoviário passou a ser importante via expressa para os deslocamentos das pessoas em transporte individual.

Construído ainda na década 50 com fluxo diário previsto para 20 mil veículos para desafogar o crescente tráfego de carga que passava pelo centro de Belo Horizonte, hoje a via recebe fluxo diário médio de 160 mil veículos, sendo quase 50% para a movimentação das pessoas. Em suma, o Anel Rodoviário foi transformado em uma avenida urbana.

Além da falta de investimentos em infraestrutura, as ocupações irregulares às suas margens e a ausência de passarelas suficientes favorecem as estatísticas dos atropelamentos, principal causa de acidentes com morte. O aumento acentuado do fluxo e circulação de motos no transporte de passageiros e cargas é outro fator preocupante de causas de acidentes fatais. Portanto, os acidentes no Anel têm causas diversas à circulação de caminhões. A restrição à circulação de caminhões, de forma pontual e casuística, não enfrenta as principais causas de mortes por acidente na via.

Cientes da situação, as entidades representativas do setor de transporte de cargas empreenderam e empreendem esforços junto aos órgãos competentes para que investimentos sejam destinados à sua revitalização e modernização. As soluções não podem ser paliativas para situação tão grave.

O Setcemg e a Fetcemg trabalham para que o setor de transporte ofereça um serviço eficiente e de qualidade, garantindo o abastecimento das pessoas e das cidades de ponta a ponta, e nos interessa todo e qualquer debate sobre o Anel Rodoviário de Belo Horizonte.

As entidades defendem a criação de uma rede de corredores econômicos na Região Metropolitana de Belo Horizonte a partir do Rodoanel, suas alças Norte e Sul, previstos no Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana de Belo Horizonte (PDDI), com projetos previstos na carteira de investimentos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), por meio de concessões e Parceria Público-Privadas (PPPs), além do uso intensivo de tecnologia para tornar a rodovia conectada e fiscalizada com maior eficiência e efetividade.

Além de diminuir as estatísticas de acidentes, isso reduziria o custo logístico e favoreceria a competitividade da economia regional.

 

Luciano Medrado – consultor da Fetcemg e do Setcemg

 

Foto: João Salmito