Alta no preço dos combustíveis repercute no transporte rodoviário de carga


Na terça- feira (29), a Petrobras divulgou o reajuste de 6% no preço da gasolina e 4% no diesel nas refinarias, a partir de quarta-feira (30).

A alta não era esperada pelo setor de transporte rodoviário de carga (TRC), nem mesmo foi informada com antecedência aos revendedores. Segundo a diretora da Fetcemg e diretora administrativa da Repelub Revendedora de Petróleo e Lubrificantes, Juliana Martins, o aumento irá impactar, e muito, para transportadores. “O aumento será de, em média, R$0,10 a mais no preço do litro do diesel. Nesse valor será acrescido o imposto PMPF, podendo chegar a R$0,02. Somando, serão R$0,12 a mais no valor/litro em média até o fim do mês de outubro, trazendo um custo muito alto para os transportadores que, sem aviso prévio, não se programaram para o reajuste. Essa medida pode trazer enormes prejuízos ou mesmo levar alguns à falência,já que antes mesmo desse reajuste, já vinham acontecendo outros no dia primeiro de cada um dos meses anteriores 'em doses homeopáticas' e sem qualquer divulgação na mídia”, comenta.

Agravando a situação, o setor de transporte rodoviário de cargas já enfrentava um cenário de defasagem do frete devido à desaceleração da economia e os aumentos de combustíveis anteriores, que ainda não tinham sido repassados. “O frete dos transportadores já está defasado e nem sempre cobre todo o custo de transporte. Ainda não conseguimos repassar nem os aumentos anteriores”, explica.

Preço do frete

Departamento Técnico do Setcemg instrui as associadas a aumentar a tabela de preços de fretes imediatamente. As empresas têm margens de lucro baixas ou negativas e o repasse do aumento de custo com o óleo diesel tem que ser no mesmo dia do aumento do preço na bomba. Além disso, o carreteiro também precisa desse repasse.

A orientação também foi feita pelo Departamento de Custos Operacionais, Estudos Técnicos e Econômicos da NTC&Logística (DECOPE), que divulgou um estudo sobre o impacto do aumento do diesel no custo do frete. Os 4% anunciados pela Petrobras poderá ter um impacto de até 1,27% no valor do custo final do transporte rodoviário de carga. Confira a matéria aqui.

Aumentos anteriores

Os reajustes no preço dos combustíveis teve início em novembro de 2014, quando a gasolina e o diesel tiveram alta de 3% e 5%, respectivamente. Em janeiro de 2015, o decreto oficial 8.395, publicado no Diário Oficial da União, aumentou a tributação incidente sobre a gasolina e o diesel, o que elevou os preços cerca de R$0,22 por litro para a gasolina e de R$ 0,15 para o diesel, variando nos postos.

Com informações do G1 e NTC&Logística